Política
11/09/2019 11:35

Bolsonaro teve paralisia do intestino por excesso de ar, mas quadro é normal, diz médico


Por Iander Porcella

São Paulo, 11/09/2019 - O presidente Jair Bolsonaro apresentou dificuldades ontem para eliminar gases e, por isso, a equipe médica introduziu uma sonda nasogástrica para retirar o excesso de ar do intestino do presidente, afirmou o médico responsável pela cirurgia de Bolsonaro, Antônio Macedo, na manhã desta quarta-feira, 11.“Fizemos um raio-x do abdômen e ele apresentou distensão do estômago e do intestino grosso, que estava cheio de ar”, disse Macedo, no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde o presidente se recupera de uma cirurgia realizada no domingo, 8, para correção de uma hérnia incisional.

O boletim médico de Bolsonaro, também divulgado nesta manhã, informou ainda que o presidente passou a ser alimentado diretamente na veia. Até ontem, Bolsonaro mantinha uma dieta líquida, à base de água, gelatina, chá e caldo ralo.

O médico afirmou que o presidente não tem quadro infeccioso e que a “paralisação” do intestino, conhecido como íleo paralítico, é normal em cirurgias de grande porte. “Em cirurgias como essa, você é obrigado a manipular o intestino. A resposta natural do intestino a qualquer agressão é a paralisia”, explicou.

“Quando o intestino é aberto, chega uma hora em que ele engole muito ar e não consegue soltar. Aí você consegue tirar o ar pela sonda”, disse o médico. De acordo com Macedo, Bolsonaro apresentou o mesmo quadro em cirurgias anteriores, em 12 de setembro de 2018 e em 28 de janeiro de 2019. Ele disse ainda que hoje o presidente já evacuou e eliminou gases, “o que é um bom sinal.”

“Nós não colocamos a sonda nos dois primeiros dias porque é algo muito agressivo”, afirmou Macedo. De acordo com o médico, não há previsão para retirar a sonda nasogástrica e nem para que o presidente volte a se alimentar por via oral. De acordo com o médico, os exames laboratoriais de Bolsonaro estão estáveis. “As partes de circulação e de cardiologia estão ótimas”, disse Macedo.

Macedo afirmou, ainda, que o presidente tem falado o mínimo possível. “Até com a gente (equipe médica) ele fala baixinho, para não engolir ar”.

Retorno ao batente

Ontem, o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, disse que Bolsonaro teria condições de comandar o País na quinta-feira, 12, mesmo de dentro do hospital. Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, essa decisão ainda será tomada. Desde domingo, e pelo menos até quinta-feira, o presidente em exercício é o general Hamilton Mourão.

A primeira-dama Michelle Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), do Rio, filho do presidente, estão em São Paulo como acompanhantes e dormem no hospital. Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) fazem visitas ao pai. Na segunda-feira, 9, Bolsonaro recebeu também a visita do presidente em exercício, general Hamilton Mourão.

O procedimento cirúrgico a que o presidente foi submetido no domingo foi o quarto após ele ter sido esfaqueado há um ano, durante a campanha eleitoral, em Juiz de Fora (MG).

Contato: iander.porcella@estadao.com
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