Política
14/11/2017 11:39

Lava jato/Rio: não há um chefe mor, mas um comando horizontal da confraria do crime organizado


Rio, 14/11/2017 - O superintendente da Polícia Federal no Rio, Jairo Souza da Silva, disse que "não há um chefe mor mas um comando horizontal da grande confraria do crime organizado do Rio". A declaração foi dada durante coletiva na Polícia Federal, nesta terça-feira, 14, sobre a operação Cadeia Velha, deflagrada para investigar os deputados estaduais Jorge Picciani (PMDB), Paulo Melo (PMDB) e Edson Albertassi (PMDB) e outras dez pessoas por corrupção e outros crimes envolvendo a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

"Esta organização foi mantida por membros do Executivo, do Legislativo e empresários, principalmente da construção civil e da Fetranspor. O Rio vem sendo saqueado por esse grupo há mais de uma década, resultando na falência moral e financeira do Rio, nos salários atrasados do funcionalismo público, na polícia sucateada e na violência que nos agonia todos os dias. Essa confraria deve responder por todos os danos já causados ao Rio de Janeiro e toda a população", disse o superintendente.

Entre as prisões temporárias está Felipe Picciani, o único filho adulto de Picciani que não tem foro privilegiado. Além disso, há seis prisões preventivas, outras três temporárias e buscas e apreensões nos endereços de 14 pessoas físicas e sete pessoas jurídicas. A condução coercitiva dos deputados foi ordenada como alternativa inicial à prisão deles.

Segundo o MPF, Na Operação Cadeia Velha, é apurado o uso da presidência e outros postos da Alerj para a prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A petição do MPF, com 232 páginas, resulta de investigações feitas há mais de seis meses, que incluíram quebras de sigilo bancário, telefônico e telemático, acordos de leniência e de colaboração premiada, além de provas obtidas a partir das Operações Calicute, Eficiência, Descontrole, Quinto do Ouro e Ponto Final.

Os parlamentares foram são alvos de mandados de condução coercitiva, a pedido do Núcleo Criminal de Combate à Corrupção do MPF na 2ª Região e decisão do desembargador federal Abel Gomes, relator dos processos da Força-tarefa Lava Jato no TRF2. (Constança Resende e Elizabeth Lopes)
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