Política
12/08/2019 19:57

Eduardo Bolsonaro pede ajuda da Fiesp para que senadores o aprovem como embaixador nos EUA


Por André Ítalo Rocha

São Paulo, 12/8/2019 - Cotado para assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, pediu há pouco o ajuda de diretores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para convencer os senadores aprovar seu nome para o posto em Washington.

Em uma fala de cerca de 5 minutos, antes do início de um jantar oferecido pela Fiesp, na sede da federação, na capital paulista, o filho do presidente enfatizou a proximidade que tem o presidente Donald Trump como a sua principal qualidade para se tornar embaixador. No cargo, ele disse, teria condições de acelerar acordos comerciais, que seriam positivos para os industriais presentes no encontro.

“Conto com o apoio dos senhores, caso tenham algum contato com senadores, para poder dizer a eles que a abertura que tenho junto à Casa Branca vai acelerar em muito os acordos comerciais e em outros setores que os senhores tenham interesse”, disse. “No final das contas, os senhores não são os malvadões que exploram os empregados, são os que dão pontapé inicial na geração de empregos, é isso que precisamos para ter um país pujante”, acrescentou.

Para assumir o cargo de embaixador em Washington, Eduardo terá de passar por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que ao final votará se aprova ou não o seu nome. “Se eu for merecedor dos votos dos senadores, será um grande projeto. Não estou colocando a carroça na frente dos cavalos, não sou embaixador, eu dependo do Senado Federal”, disse o parlamentar.

O projeto, segundo o filho do presidente, é “levar para os Estados Unidos as bandeiras” representadas pelas reformas da agenda econômica do governo de seu pai, como a tributária e a da Previdência. Ele também citou as privatizações, a MP do saneamento e a MP da aviação como parte dessas bandeiras. “(Isso) é para dizer a eles (americanos) que ocorreu uma mudança no Brasil, não só na corrupção, mas também no pensamento econômico”, afirmou.

Falando como embaixador, Eduardo disse que o Brasil tem de deixar de ser um país fechado e usar o Mercosul não como instrumento de protecionismo, mas para reduzir barreiras. “Após firmarmos o acordo com a União Europeia, outros países estão nos buscando, e um deles são os EUA, o presidente Trump falou abertamente em fazer uma parceria nesse sentido”, disse.

O deputado reconheceu que parte da sua trajetória política se deve ao seu pai, mas que também tem a sua “proatividade”, lembrando que em dezembro, por iniciativa própria, foi aos EUA e fez quase 30 mesas redondas com investidores em Washington, Nova York e Miami. “Eu vi nos olhos dos investidores a vontade de investir no Brasil”, afirmou. “Alguns deles me confessaram após reuniões que não entendiam como dois países tão próximos têm volume tão baixo de negociações. Isso é porque tivemos uma política antiamericana”, disse.

Contato: andre.italo@estadao.com
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