Política
22/08/2018 17:41

Presidente do PT insiste em Lula, critica Alckmin e chama Eduardo Paes de 'traidor'


Rio, 22/08/2018 - A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, reafirmou nesta quarta-feira (22), durante evento no Rio de Janeiro, que não trabalha com a hipótese de Luiz Inácio Lula da Silva não ser o candidato petista à presidência da República. Questionada sobre a transferência de votos de Lula para Fernando Haddad, que até agora está registrado como candidato a vice na chapa, mas provavelmente assumirá a candidatura caso Lula seja impugnado, ela insistiu que o nome do PT é Lula.

"Nós não estamos trabalhando com a possibilidade de substituição do Lula. Ele é nosso candidato", afirmou Gleisi, para quem o petista tem chance de se eleger no primeiro turno.

"Hoje (22) termina o prazo para impugnação de candidaturas. O Lula teve um monte de impugnações, agora tem cinco dias para fazer a defesa, depois o juiz vai ver se abre para quem pediu a impugnação. O julgamento deve acontecer na primeira semana de setembro, e até lá nós já entramos com o programa de TV, o Lula já entrou no horário eleitoral, já falou com o povo brasileiro", previu Gleisi.

Sobre Haddad, a presidente do PT limitou-se a dizer que "está andando pelo Brasil, levando nossa mensagem".

Gleisi comemorou a pesquisa de intenção de voto para presidente divulgada nesta quarta pelo Datafolha, em que Lula aparece com 39% das preferências. "Na época do impeachment diziam que o PT acabou, já era. Eles não tinham noção do que estavam falando. Esse diagnóstico só faz quem não entende de povo", afirmou.

Centrando críticas no PSDB, Gleisi afirmou que "Fernando Henrique (Cardoso) tem ciúmes do Lula". "Quando Lula ganhou, em 2002, FHC disse que ali estava a alternância de poder, mas que eles iam voltar logo, porque Lula não daria conta (de governar o Brasil). Ora, só tiraram com um golpe. Se era difícil ganhar do Lula, por que não ganharam da Dilma? Perderam duas vezes", afirmou.

Para a presidente do PT, o PSDB "não consegue sustentar uma candidatura". "O Alckmin dificilmente vai sair de onde está (fora de um eventual segundo turno, segundo as pesquisas de intenção de voto), mesmo com todo o tempo de TV. O que ele vai dizer na TV? Que apoiou a reforma trabalhista?"

Gleisi disse que a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) é resultado "do ódio" usado pelo grupo que defendeu "o golpe contra Dilma".

No Rio, a presidente do PT esteve reunida com a candidata petista ao governo do Estado, Marcia Tiburi, e com o senador e candidato à reeleição Lindbergh Farias.

Ao comentar a eleição estadual no Rio, Gleisi não poupou críticas a Eduardo Paes, ex-prefeito quando ainda integrava o MDB e agora candidato a governador pelo DEM. "É um traidor. O que o governo do PT ajudou o Rio de Janeiro na gestão dele, o que veio de recursos do governo pra cá, e ele trair daquele jeito na primeira oportunidade, ir lá e apoiar o impeachment da Dilma? Gente ingrata, sem vergonha".

A presidente do PT estendeu as críticas a outro adversário de Marcia Tiburi, o senador Romário (Podemos). "Esse Romário, então? O Romário não existe no Senado, não abre a boca, e ainda vota a favor da reforma trabalhista", afirmou.

Questionada sobre quem o PT apoiaria no segundo turno para governador do Rio, caso Marcia Tiburi não fique entre os dois mais votados no primeiro turno, Gleisi desconversou e afirmou que também não trabalha com essa hipótese. (Fábio Grellet)
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