Política
27/06/2017 18:48

Aloysio discute com deputado por críticas à Venezuela


Brasília, 27/06/2017 - O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, envolveu-se nesta terça-feira, 27, em um bate-boca com o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), durante reunião conjunta das comissões de Relações Exteriores e de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados. O deputado colocou em questão as críticas do chanceler à Venezuela.

Ele perguntou com que autoridade o governo brasileiro atacaria o governo de Nicolás Maduro, em momento em que o presidente Michel Temer é alvo de denúncia por corrupção. E como criticar o desrespeito aos direitos humanos e a existência de presos políticos na Venezuela, quando há no Brasil casos como o do aposentado Carlos Quirino, que levou um tiro no rosto durante manifestações em Brasília este ano, e Rafael Braga, preso nas manifestações em 2013. O parlamentar afirmou, ainda, que a comitiva de senadores que foi a Caracas em junho de 2015, na qual estavam Aloysio e o presidente afastado do PSDB, Aécio Neves (MG), tinha como objetivo acirrar os ânimos e não buscar o diálogo.

“O senhor não sabe com quem está falando. Está sendo insolente”, interrompeu o ministro, muito irritado. “Fica aí bajulando a Venezuela.”

O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) saiu em defesa de Aloysio e criticou a “provocação barata”. Ao que Braga retrucou: “divergência não é provocação”.

Alguns minutos depois, mais calmo, o chanceler pediu desculpas por haver se exaltado. “Considerei uma provocação”, disse. Mas rebateu o deputado em termos duros. Ele afirmou que a situação de Rafael Braga não se compara à dos presos políticos na Venezuela. Enquanto o brasileiro foi julgado, condenado e apelou, políticos foram presos no país vizinho e condenados a partir de alegações “fantasiosas”.

O ministro disse ainda que a comitiva de senadores seguiu para a Venezuela com o apoio do governo da presidente Dilma Rousseff, que cedeu um avião da FAB para esse fim, para prestar solidariedade a presos políticos. Mas o grupo foi mal recebido pelo governo venezuelano, que os manteve no avião por mais de uma hora e depois impediu o acesso ao terminal, onde estava programado um encontro com familiares dos presos políticos.

“O senhor é membro de um partido chamado Socialismo e Liberdade, e isso deveria se refletir na linha de política externa de seu partido”, afirmou o chanceler. “Nosso partido não é bajulador de governos que não têm legitimidade, por isso não somos bajuladores do governo de vossa excelência”, respondeu o deputado. “Dispenso sua bajulação”, concluiu Aloysio. (Lu Aiko Otta)
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