Política
10/09/2021 13:13

Eleições 2022: UBS BB aposta em segundo turno entre Bolsonaro e Lula com economia em foco


Por Eduardo Gayer

São Paulo, 10/09/2021 - Em linha com as principais pesquisas de intenção de voto disponíveis no momento, o UBS BB aposta como cenário mais provável o enfrentamento entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições do ano que vem, com a situação econômica brasileira no foco da disputa.

O banco de investimentos considera improvável que Lula seja novamente condenado pela Justiça a ponto de impedi-lo de participar das eleições. Ainda assim, vê algum espaço para a chamada terceira via, por ver entre 45% e 55% do eleitorado como mais “fluido” e os dois principais candidatos com altas rejeições.

A instituição lembra que a aprovação a Bolsonaro está entre 25% e 33%, nível mais baixo em comparação com outros presidentes em busca da reeleição, bem como destaca a centralidade da economia em qualquer corrida eleitoral.

“Condições econômicas têm um papel crítico nas eleições. Achamos que isso também é válido no Brasil. E a atual avaliação sobre o governo federal está em seu nível mais baixo do mandato”, destacam os economistas Fabio Ramos e Alexandre de Azara, em relatório enviado a clientes. “À medida que a pandemia arrefece, acreditamos que o foco do mercado está mudando para as eleições. Pela primeira vez, o Brasil pode enfrentar a escolha entre um presidente em exercício e um ex-presidente”, acrescentam.

Os analistas do banco de investimentos lembram que há questões econômicas delicadas no radar, como o processo inflacionário e a lenta recuperação do mercado de trabalho. “Esperamos que a confiança do consumidor melhore nos próximos meses. No entanto, não está claro se, ou até que ponto, isso pode elevar a avaliação da população sobre o governo”, afirmam.

Os dois também alertam para o pequeno espaço fiscal voltado a políticas públicas e os constantes questionamentos às regras fiscais, a exemplo do teto de gastos, sobretudo por parte da esquerda. “Enquanto a incerteza permanecer, é difícil esperar um forte desempenho econômico para 2022. Recentemente, revisamos nossa estimativa do PIB para 2022 de 2,5% para 2%”, dizem Ramos e Azara. “Não está claro como os principais candidatos lidariam com a elevada dívida pública e as regras fiscais”.

Ainda assim, os economistas defendem a manutenção da responsabilidade fiscal por quem quer que ganhe as eleições presidenciais, pelos efeitos positivos desse compromisso com o crescimento, inflação e curva de juros.

Contato: eduardo.gayer@estadao.com
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