São Paulo, 12/02/2019 - Os investidores internacionais aumentaram a visão de que o Brasil pode recuperar a classificação grau de investimento durante o governo de Jair Bolsonaro, mostra pesquisa do Bank of America Merrill Lynch. O levantamento deste mês revela que 82% dos gestores acreditam nesta possibilidade, ante 67% da pesquisa feita em janeiro. Apesar da visão positiva com o Brasil, 80% dos gestores dizem que só vão ficar mais otimistas com o País após a aprovação da reforma da Previdência.
Entre os entrevistados, 93% esperam aprovação da reforma este ano, na comparação com 91% no mês passado. Ainda sobre as mudanças previdenciárias, 66% dos entrevistados veem o texto passando até o segundo semestre de 2019 e praticamente nenhum gestor vê a aprovação ficando para 2020.
Diante dessa expectativa, 86% dos participantes estimam que o Ibovespa terminará este ano acima dos níveis atuais (95 mil pontos). Na Bolsa, cresceu o grupo - de 9% em janeiro para 30% este mês - que acredita que o principal índice chegará em dezembro acima dos 120 mil pontos.
No mercado de câmbio, aumentou o porcentual de investidores, de 32% para 39%, que acreditam que o dólar vai terminar o ano abaixo de R$ 3,60.
No curto prazo, 43% dos gestores internacionais planejam elevar a alocação no Brasil, ante 32% do mês passado, mostra a pesquisa. Apesar da elevação, o número ainda está abaixo do nível logo após as eleições, quando 50% diziam querer ficar mais expostos ao Brasil.
"Com altas expectativas, há um crescente risco de decepção sobre o 'timing' da aprovação da reforma da Previdência", alerta o BofA.
O otimismo com o Brasil na América Latina contrasta com o aumento do pessimismo sobre o México: 68% dos entrevistados acreditam que o país vai perder a classificação grau de investimento, ante 41% do levantamento do mês anterior.
Na pesquisa, o BofA ouviu 28 gestores, que administram US$ 86 bilhões, entre os dias 1 e 7 de fevereiro. (Altamiro Silva Junior - altamiro.junior@estadao.com)