Por Daniel Galvão e Vinícius Valfré
São Paulo, 22/05/2020 - O presidente Jair Bolsonaro afirmou há pouco que sua vida "acabou no Brasil" e que "não é por causa desse vídeo" da reunião ministerial, cujo conteúdo foi liberado nesta sexta-feira (22) pelo ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF). "Não vou ter mais paz para nada, não faltam pessoas que querem me executar por aí", afirmou, em entrevista à Rádio Jovem Pan. De acordo com o presidente, "grupos poderosos inclusive internacionais querem se aproveitar da situação do Brasil, e o Brasil não vai para frente".
Bolsonaro afirmou também que "esses caras de esquerda" têm na "fome e miséria" um "campo fértil" para "trazer caos para o Brasil".
Sobre os palavrões ditos durante a reunião, o presidente afirmou que quem não quiser ouvir "vote no engomadinho que mete mão no bolso de todo mundo". "Eu tenho liberdade de falar com o coração o que eu sinto, o que estou vendo. Tenho uma experiência política muito maior do que a deles (ministros)", afirmou.
Bolsonaro disse ainda não estar preocupado no momento. "O povo vai dizer se tenho direito a mais quatro anos ou não", afirmou, sobre uma possível candidatura à reeleição em 2022.
Bolsonaro repetiu que o registro da reunião estava pronto para ser destruído. "Mas eu disse para não destruirmos porque estava pronta para cima de mim uma narrativa de que eu poderia destruir uma prova", disse ele, antes de repetir o que tem falado desde o início do processo."Qual o ponto na fita que interfiro na Polícia Federal? O Sr. Sérgio moro deve estar revoltado, não tem nada".