Política
23/05/2022 12:17

Entrevista/Tendências/Rafael Cortez: voto econômico vai mover para o lado de Bolsonaro ou Lula


Por Francisco Carlos de Assis e Cícero Cotrim

São Paulo, 23/05/2022 - O voto econômico, ou seja, do eleitor mais racional, desprovido de paixão por Lula ou Bolsonaro, é que vai mover o pêndulo para o lado de um ou outro candidato na eleição presidencial de outubro, previu em entrevista ao Broadcast o analista político da Tendências Consultoria Integrada, Rafael Cortez.

De acordo com ele, dois fatores estão minimizando a volatilidade e a deterioração de ativos da economia brasileira que essa campanha eleitoral, que já se mostra conturbada, poderia provocar: os efeitos da guerra no Leste Europeu com suas implicações sobre os preços das commodities e os bons resultados, ainda que de curto prazo, na área fiscal.

"A gente espera um efeito de volatilidade e de alguma deterioração dos ativos brasileiros por conta da eleição, mas de uma magnitude menor", diz Cortez. "Esses fatores mascaram a volatilidade."

E mascaram, de acordo com ele, porque a inflação elevada e o choque de commodities têm colaborado para uma melhora da arrecadação e, consequentemente, das projeções de endividamento, a despeito da alta dos juros.

Por isso, a despeito de ser o "voto econômico" que deve decidir a eleição deste ano, não será a melhora da economia que vai reeleger o presidente Bolsonaro. Cortez não descarta eventuais questionamentos ao resultado das urnas, especialmente se a contagem dos votos mostrar uma eleição apertada, mas acredita que o resultado das urnas é que vai governar o País a partir de 2023.

"O que acho que pode acontecer é uma americanização da eleição, onde parte do eleitorado não dará legitimidade ao presidente eleito, seja ele quem for, assim como acontece com Joe Biden", prevê o analista.

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