Política
21/11/2019 21:20

Dallagnol: Dizer que Lava Jato privilegia ou prejudica alguém é teoria da conspiração


Ribeirão Preto, 21/11/2019 - O procurador Deltan Dallagnol, afirmou há pouco que é “uma teoria da conspiração” acusar a Operação Lava Jato, da qual ele é coordenador no Paraná, de “trair os deveres dos cargos” e “privilegiar ou prejudicar fulano ou cicrano”. Segundo ele, além de a Lava Jato atingir vários espectros partidários, os 15 procuradores que trabalham em Curitiba têm diferentes visão de mundo e votaram em “diferentes direções” políticas nas eleições de 2018, inclusive no segundo turno.

“São centenas de pessoas, entre procuradores, delegados e servidores. E dizer que essa centena de pessoas se uniu para trair os deveres dos seus cargos e privilegiar ou prejudicar fulano ou cicrano é como construir uma teoria da conspiração que não tem qualquer base na realidade”, afirmou o procurador durante palestra na abertura do 5º Congresso Nacional de Órtese, Prótese e Materiais Especiais (OPME)

Para Dallagnol, a Lava Jato tem vivido ataques “com base em supostas mensagens que têm sido usadas, de modo deturpado e descontextualizadas”, numa referência aos vazamentos de troca de mensagens e gravações entre os procuradores ocorridos neste ano. Segundo ele, as acusações como a que a força-tarefa persegue determinado político ou partido políticos não correspondem à realidade.

De acordo com o procurador, a equipe da Lava Jato segue mais unida do que nunca e em pleno vigor. “Foram 25 denúncias só em 2019, um número recorde. Fizemos acordos para recuperação de R$ 2 bilhões”, disse.

Como em outras palestras, Dallagnol citou casos acompanhados no começo de sua carreira e se aprofundou em exemplos da operação comandada por ele, como a série de condenações do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. O procurador citou que três grandes pacotes contra corrupção foram apresentados nos últimos anos, mas nenhuma proposta passou no Congresso até agora.

Dallagnol citou rapidamente o julgamento, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), do caso sobre a necessidade de prévia de autorização para compartilhamentos de informações fiscais e bancárias por parte da Receita Federal e da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) - antigo Coaf - com o Ministério Público Federal. Segundo ele, o compartilhamento é “essencial para investigações”.

Contato: gustavo.porto@estadao.com
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