Por Tânia Rabello
São Paulo, 13/09/2020 - O vice-presidente Hamilton Mourão disse que a orientação do governo para a escolha do sistema 5G será definida pelo seguinte tripé: a garantia de soberania nacional, de privacidade dos usuários e o melhor custo-benefício. Em entrevista ontem à noite à rede CNN Brasil, Mourão comentou que a empresa escolhida para prestar esse serviço ao País terá de "deixar muito claro" que o trânsito de dados que ocorrerá por meio do 5G não será distribuído a outras potências e que a privacidade do indivíduo tem de ser preservada. "A terceira questão é que não vou comprar o sistema mais caro, mas aquele que alia melhor técnica com melhor preço", disse Mourão, acrescentando que também é isso o que o presidente Jair Bolsonaro tem colocado.
Para Mourão, potencialmente todas essas tecnologias trazem "ameaças à soberania". "Independentemente de ser a (tecnologia) chinesa, a finlandesa, a norueguesa ou a americana", reforçou. "Por isso volto a dizer: toda empresa que quiser participar tem de deixar claro que vai aderir ao tripé."
Quanto aos críticos da China dentro do próprio governo Jair Bolsonaro, Mourão defendeu que o Brasil tenha "uma visão pragmática e flexível" em relação ao país asiático. "Temos de buscar os interesses do Brasil o tempo todo", continuou. "Eu costumo dizer: não existem amizades eternas nem inimizades perpétuas. Nós temos que saber manobrar dentro da disputa geopolítica e comercial entre Estados Unidos e China e extrair o melhor disso", mencionou. "E nem a China pode julgar o Brasil como um supermercado, onde ela vem aqui e compra tudo, nem o Brasil pode olhar a China de maneira preconceituosa", disse o vice-presidente. "Temos de lembrar que a China é um povo milenar, tem os objetivos dela e temos de saber encaixar os objetivos dela que nos favorecem. Os que não nos favorecem, temos de rebater."
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