Política
28/08/2018 16:41

Eleições 2018/Marina: não é inteligente liberar agrotóxicos que não são usados em outros países


São Paulo, 28/08/2018 - A candidata da Rede ao Planalto, Marina Silva, atacou a proposta de mudança nos registros dos pesticidas no Brasil, que pretende dar mais poder ao Ministério da Agricultura nas decisões sobre estes produtos. "A questão do agrotóxico não deveria ser aprovada", disse, durante sabatina promovida pelo Estadão e Faap, nesta segunda-feira. A candidata reforçou que, ao facilitar a liberação de substâncias nas lavouras, algumas proibidas em países que compram alimentos do Brasil, isso poderia criar barreiras para as exportações.

O projeto específico trata da Lei dos Agrotóxicos. O texto troca a palavra "agrotóxico" por "pesticida", além de concentrar poderes no Ministério da Agricultura para a aprovação de novos produtos e prever a adoção de uma tabela de grau de risco para novas substâncias no Brasil, permitindo que produtos, hoje vetados pela lei atual, passem a ser analisados conforme um grau de tolerância. O tema despertou críticas de diversas agências públicas, como os ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - órgão que toma frente na liberação de novas substâncias.

"Não é inteligente usar agrotóxicos que não são usados em outros países. Concordo com a Anvisa. Não defendo que se deva passar essas consequências ao Ministério da Agricultura. Temos de utilizar os meios que já estão disponíveis, de menos impacto. Hoje, cada vez mais a tecnologia ajuda a usar menos insumos e agrotóxicos", defendeu a ex-senadora.

Marina é a terceira candidata a participar da sabatina do Estado de S.Paulo nas eleições presidenciais 2018, feita em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). A série de encontros Estadão-Faap Sabatinas com os Presidenciáveis ocorre na sede da fundação, em São Paulo, entre os dias 27 de agosto e 6 de setembro, e foi iniciada com um encontro com Alvaro Dias, do Podemos, e contou também com João Amoêdo (Novo).

Além deles, estão confirmadas as presenças de Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB). O candidato Jair Bolsonaro (PSL) declinou do convite e a participação de Fernando Haddad, vice na chapa do ex-presidente Lula, foi suspensa até que a situação do registro do PT na Justiça esteja resolvido. (Cristian Favaro)
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