Rio, 12/01/2018 - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, indicou nesta sexta-feira, 12, ser contra o apoio das Forças Armadas à segurança do carnaval do Rio. Na quinta-feira, 11, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), disse que pedira a ação dos militares na festa.
O reforço, porém, só pode ser requisitado pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), que também declarou que não fará a solicitação. De acordo com Jungmann, a medida não se justifica porque "não há descontrole nem desordem no Estado". Ele argumentou que o Rio enfrentou grandes eventos recentemente, sem a necessidade das Forças Armadas.
O ministro deu entrevista no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio. "É muito justo que o prefeito se preocupe com a sua comunidade e efetivamente com o Carnaval, mas imagine vocês se nós viéssemos, por acaso, a atender à solicitação do Rio, como é que ficaria a nossa posição diante de outras cidades, como Salvador, Recife, Olinda, Fortaleza e Natal, que também têm grandes Carnavais e que, evidentemente, todos os prefeitos se preocupam com sua comunidade? Se eu desse para o Rio e negasse para elas, os prefeitos das capitais poderiam dizer que quem não gosta de frevo bom ministro não é", disse Jungmann. Ele fazia referência à frase de Crivella na véspera, parafraseando Dorival Caymmi, para convencer os cariocas de que é um entusiasta da folia: "Quem não gosta de samba, bom prefeito não é".
Pezão acrescentou que não pretende pedir a ajuda. "Existe um plano de segurança nosso que sempre existiu no Carnaval, mas não vou pedir Forças Armadas. Em nenhum momento passou pela gente pedir Forças Armadas. A gente teve o réveillon com três milhões de pessoas aqui e viu que não teve problema nenhum", disse.
Um dos argumentos de Crivella para pedir suporte militar para o carnaval é que a festa reunirá 6,5 milhões de pessoas, entre elas 1,5 milhão de turistas. Os militares agiram na segurança urbana durante a Olimpíada de 2016, lembrou o prefeito, quando a cidade recebeu 800 mil visitantes. (Constança Rezende)