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05/06/2020 12:26

CFM recomenda continuidade de cirurgias bariátricas e metabólicas diante da pandemia


São Paulo - SP--(DINO - 05 jun, 2020) -
O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou no dia 21 de maio a Recomendação Nº 1/2020 que dispõe sobre a continuidade das cirurgias bariátricas e metabólicas eletivas no período da pandemia da COVID -19 nos estados em que não houver determinação contrária do Conselho Regional.


Na decisão, o órgão colegiado considerou que pacientes portadores de doenças graves e ou/crônicas como a obesidade e o diabetes precisam de tratamento e que a sua postergação pode resultar no aumento da morbidade e da mortalidade.


Acesse a Recomendação Nº 1/2020 neste link https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/recomendacoes/BR/2020/1


O presidente da Sociedade brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), médico e cirurgião, Marcos Leão Vilas Boas, alertou para o fato que o retardo no tratamento cirúrgico de pacientes com obesidade clinicamente severa, principalmente dos que possuem comorbidades como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas respiratórios - com indicação cirúrgica - pode resultar em aumento da morbi-mortalidade decorrente da COVID-19 caso estes pacientes venham a contrair o vírus. Esta afirmação vem sendo documentada e divulgada em diferentes países no que se refere a redução das chances de sobrevivência para estes pacientes.


'Doenças crônicas como obesidade, diabetes e hipertensão são tratadas com efetividade com a cirurgia bariátrica ou metabólica. E esses problemas mostram-se os principais fatores de risco para as formas graves do novo coronavírus e que inclui internamento em UTI e mortalidade da síndrome respiratória aguda grave. Além de todas as doenças e complicações que são evitadas com a perda de peso, podemos somar agora as gravíssimas consequências da Covid19”, explica Marcos Leão


De acordo com a Recomendação do CFM, a priorização por pessoas com maior peso ou gravidade está indicada apenas para os hospitais e serviços que possuam uma grande demanda de procedimentos para evitar riscos de agravamento das comorbidades e mortalidade. “Não devemos minimizar o sofrimento daqueles tantos outros que ainda estão em estágios intermediários da doença obesidade”, ressalta o presidente da SBCBM.


Segundo o Dr. Thomas Szego, um dos precursores da cirurgia bariátrica no Brasil e ex-presidente da SBCBM, a posição do CFM é importante para dar respaldo ao reinício das cirurgias bariátricas e metabólicas no país, uma vez que os pacientes que aguardam a operação apresentam risco aumentado diante doenças infecciosas como a COVID-19.


“Fica muito claro que isso deve ser feito em comum acordo entre o médico e o paciente em instituições que tenham condições de manter a segurança da sua equipe médica, paciente e família. As instituições devem ter fluxo COVID FREE - sem risco de contaminação - feito com todo o cuidado e responsabilidade. É importante que adiantemos o tratamento desses pacientes, dando preferência aos pacientes mais urgentes, mas todos aqueles que aguardam podem ser operados seguindo as regras de segurança que foram descritas”, explica Szego.


 


RECOMENDAÇÕES - As cirurgias bariátrica e metabólicas devem ser feitas, preferencialmente, em instituições que tenham fluxo de atendimento independente do atendimento aos casos de COVID-19, com salas cirúrgicas isoladas e ambiente controlado.


Segundo o relator Leonardo Emílio da Silva, paralelo aos casos de infecção pelo novo coronavírus existem doenças que elevam o índice de morbidez no Brasil, em particular a obesidade e o diabetes.


O conselheiro levou em consideração os números da última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) que apontou que 55,7% da população adulta no país tem excesso de peso e que 19,8% é obesa; e os dados do 16º Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde que aponta o diabetes como quarta principal causa de morte em homens e a terceira causa em mulheres.


'As cirurgias bariátricas e metabólicas não são o último recurso para o tratamento dessas enfermidades crônicas, progressivas e letais, mas sim os mais eficazes, duradouros e seguros quando há falha do tratamento clínico. A tomada de decisão clínica deve ser uma  baseada em evidências  no contexto da gravidade da obesidade e suas doenças associadas', evidencia o relator.


MUDANÇAS - Entre as recomendações para continuidade das cirurgias bariátricas e metabólicas, o CFM orienta  alguns critérios de priorização de pacientes com quadros e comorbidades mais graves que devem ter seus procedimentos mais acelerados.


No pré-operatório, o CFM recomenda que sejam adotadas estratégias de triagem de possível contato dos pacientes com portadores da COVID-19 e realização de testes de diagnóstico. Em casos de sintomas respiratórios, febre ou  suspeita clínica de infecção pelo coronavírus, a cirurgia deve ser adiada.


No pós-operatório, o CFM recomenda que os critérios para a alta do paciente devem ser os mesmos do período anterior à pandemia. Além disso, em relação a assistência ao paciente após a cirurgia, o Conselho sugere que as equipes disponibilizem assistência nutricional, clínica e psicológica remota - via telemedicina - para auxiliar no distanciamento social sem comprometer o acompanhamento.


 



Website: http://www.sbcbm.org.br

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