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15/03/2019 15:49

Georges Minois debruça-se sobre a história do suicídio


São Paulo --(DINO - 15 mar, 2019) - Albert Camus disse que "so? existe um problema filosófico realmente se?rio: e? o suici?dio". Para ele, o "resto" vinha depois. Mas, se a questão da morte voluntária é reconhecida como relevante, o ato em si nunca deixou de ser objeto de reprovação social e religiosa. De fato, mesmo nos dias desassombrados da contemporaneidade, falar sobre suicídio é tabu, o que denota o emaranhado de elementos antropológicos, psicológicos e éticos que assolam o tema. As complexidades desse terreno são enfrentadas pelo lançamento da Editora Unesp, 'Histo?ria do suici?dio: a sociedade ocidental diante da morte volunta?ria', do historiador Georges Minois, em que se faz um denso apanhado sobre o "assassinato de si mesmo" ao longo da história humana.

"E? em 1600 que Shakespeare formula, em Hamlet, com uma simplicidade terri?vel, a pergunta fundamental: 'Ser ou na?o ser? Eis a questa?o'. E? essa pergunta que nos servira? de guia", escreve Minois. "Por que, em uma determinada e?poca, alguns homens escolheram na?o mais ser? Cada um tinha suas razo?es, e e? importante compreende?-las, pois essa atitude revela os valores fundamentais da sociedade. Ela afeta ao mesmo tempo o indivi?duo e o grupo".

Por onze capítulos, Georges Minois conduz os leitores a um mergulho na Antiguidade, na Idade Média e no Renascimento chegando à Revolução Francesa e ao Século XX, buscando encontrar as raízes filosóficas para se entender as mortes voluntárias. Mas ele faz um alerta: "Na?o podemos estudar os suici?dios como podemos faze?-lo em relac?a?o a? destruic?a?o provocada pela peste ou pela tuberculose, pois a morte volunta?ria e? um tipo de o?bito cujo significado na?o e? de ordem demogra?fica, mas filoso?fica, religiosa, moral, cultural", aponta. "O sile?ncio e a dissimulac?a?o que a rodearam durante muito tempo instauraram um clima de mal-estar em torno dela."

"Homens e mulheres escolheram a morte", escreve Minois. Apesar disso, esse caminho nunca foi tratado com indiferença. "Aclamada em raras circunsta?ncias como um ato de heroi?smo, ela foi, na maioria das vezes, objeto de reprovac?a?o social. Isso porque o suici?dio e? considerado ao mesmo tempo uma ofensa a Deus, que nos deu a vida, e a? sociedade, que prove? o bem-estar de seus membros", acrescenta. Apesar disso, surgem indagações e modificações na forma de pensar o suicídio. "E? essa mudanc?a crucial nas mentalidades ocidentais, a? qual se deu pouqui?ssima atenc?a?o ate? o momento, que gostari?amos de examinar."

Sobre o autor - Georges Minois e? professor de Histo?ria e historiador das mentalidades religiosas. Dele, a Editora Unesp publicou Histo?ria do riso e do esca?rnio (2003), A idade de ouro (2011), Histo?ria do atei?smo (2014) e Histo?ria do futuro (2016).

Título: Histo?ria do suici?dio: a sociedade ocidental diante da morte volunta?ria
Autor: Georges Minois
Tradutor: Fernando Santos Número de páginas: 414
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 74,00
ISBN: 978-85-393-0764-7
Mais informações sobre os livros publicados pela Editora Unesp estão disponíveis no site: www.editoraunesp.com.br


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