Lula e Lira cochicharam durante quase todo o evento em momento crucial para sucessão na Câmara dos Deputados
4 de setembro de 2024
Por Caio Spechoto
O calendário de solenidades do Judiciário tem contribuído para colocar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sentado ao lado de seus pares dos outros Poderes. Na última terça-feira, o petista participou da cerimônia de posse de Mauro Campbell como Corregedor Nacional de Justiça, no Conselho Nacional de Justiça. À sua esquerda estava o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. À direita, o da Câmara, Arthur Lira.
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e aliado próximo de Lula, dessa vez não estava ao alcance das conversas ao pé do ouvido com o petista – apesar de ter comparecido à cerimônia. Foi diferente na posse de Herman Benjamin como presidente do Superior Tribunal de Justiça, no fim de agosto. Pacheco estava à direita de Lula na mesa principal. Os dois cochicharam durante quase todo o evento. A disposição dos participantes nas solenidades costuma ser definida pelas equipes de cerimonial.
Essas rápidas conversas não servem para fechar grandes acordos políticos, mas colaboram para a convivência dos interlocutores. Assuntos espinhosos, com muitos interesses envolvidos, costumam ser discutidos de forma mais reservada. Por exemplo: Lula e Arthur Lira têm mantido conversas sobre a eleição para presidente da Câmara, em fevereiro do ano que vem. Lira não pode mais se candidatar e quer apoio do governo para eleger um sucessor.
No Senado o cenário é diferente. Davi Alcolumbre, aliado de Pacheco, já tem a eleição quase garantida. Ele está em campanha há muito tempo e sua vitória não depende de apoio do governo. Perto da situação da Câmara, há pouco o que conversar sobre essa sucessão.
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