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Companhias aéreas estão "arrumando a casa" com planos de levantar capital e renegociar dívidas
7 de novembro de 2024
Por Elisa Calmon
Azul e Gol estão “arrumando a casa”, com planos para levantar capital e renegociar dívidas. A sequência de anúncios das companhias aéreas ocorrem enquanto a fusão entre as duas segue no radar do mercado.
“Seria impossível promover a operação sem antes realizar estes processos de reestruturação”, avalia a consultora e head da área de Recuperação Judicial do CSMV Advogados, Joana Bontempo. “Agora, as companhias vão ter que analisar se a fusão ainda faz sentido com as casas organizadas”, afirma. No entanto, a especialista considera que esta não é a prioridade número um da Azul e da Gol neste momento.
Hoje, a Gol firmou acordo que abre caminho para equilibrar as contas e encerrar a recuperação judicial da companhia até abril de 2025. Uma semana antes, a Azul anunciou que celebrou acordos com detentores de títulos de dívida para recebimento de recursos adicionais de até US$ 500 milhões. Além disso, renegociou dívidas com vencimento entre 2028 e 2030. As medidas foram bem recebidas pelo mercado, com a ação saltando 15% no dia da divulgação das iniciativas.
A Gol, juntamente com a Abra (holding da Gol e Avianca), afiliadas e o comitê de credores, firmou um acordo de apoio ao Plano de Reestruturação (PSA), para conseguir sair da recuperação judicial. A medida inclui a conversão de aproximadamente US$ 950 milhões em dívidas garantidas da Abra em novas ações.
Na prática, isto significa que os credores concordaram em aprovar o plano de recuperação da Gol caso seja apresentado dentro dos termos alinhados, explica Joana Bontempo. “O PSA é um passo muito importante, porque o mais difícil era conseguir chegar nesta negociação (dos termos). Agora, o jogo está combinado e falta apenas a implementação”, afirma.
Em relação às próximas etapas, a Gol espera apresentar seu plano de reorganização no âmbito do Chapter 11 à Justiça americana antes do final de 2024. Na sequência, planeja conseguir sair do processo até o fim de abril de 2025. A aérea brasileira entrou com o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos em abril de 2024.
O plano apresentado pela companhia permitirá “uma significativa redução de sua alavancagem”, convertendo em ações, ou extinguindo de outra forma, até US$ 1,7 bilhão de sua dívida existente antes da instauração do procedimento de Chapter 11 e até US$ 850 milhões em outras obrigações, segundo fato relevante divulgado mais cedo.
Fusão
Logo após a divulgação dos acordos da Azul, o CEO da aérea, John Rodgerson, afirmou que o plano era exclusivamente da companhia, que “está bem sozinha”. No entanto, ponderou que isto não significa que a operação foi descartada. “O plano de reestruturação nos fortalece e ajuda a dar um passo necessário caso optemos pela fusão”, disse em entrevista ao Broadcast no final de outubro. Contudo, ponderou que o processo de Chapter 11 da Gol segue um rito específico, que precisa ser respeitado.
Com as questões financeiras resolvidas, as áereas teriam que enfrentar mais uma etapa: a aprovação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A operação geraria a maior concentração de mercado na história recente da aviação brasileira, segundo o professor na Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), Márcio Holland. O especialista destaca que 99,5% da operação aérea do País ficaria dividida apenas entre a nova empresa, fruto da fusão, e a Latam.
Em um processo de aproximação, as concorrentes anunciaram, em maio, um acordo de cooperação comercial que vai conectar as suas malhas aéreas no Brasil por meio de um codeshare. A parceria inclui as rotas domésticas exclusivas, ou seja, operadas por uma das duas empresas e não pela outra.
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