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Sem Autonomia

Após seis anos se dedicando ao Banco Central, agora são esposa e filhos de Campos Neto que decidirão seu futuro

23 de dezembro de 2024

Por Célia Froufe

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deixa oficialmente o comando da instituição nesta segunda-feira, passando-o, ainda de forma interina, ao diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, que será seu sucessor oficial a partir de 1º de janeiro. Há muito vem se especulando sobre qual atividade Campos Neto, egresso do mercado financeiro, escolherá após a quarentena de seis meses que precisa cumprir.

Já surgiram boatos de todos os lados, sempre desmentidos pelo executivo. Durante café da manhã de fim de ano com jornalistas, a questão voltou à tona. Mais uma vez, o então presidente do Banco Central, que está em recesso até o fim do ano, quando expira seu mandato, desconversou. Alegou que, após seis anos de trabalho no BC, só quer saber de descansar com a família pelos próximos meses.

Campos Neto fez questão de lembrar que esteve à frente do BC por seis anos – dois a mais do que o previsto inicialmente. Isso ocorreu porque, com a aprovação da lei de autonomia operacional da autarquia, os mandatos dos banqueiros centrais não poderão coincidir com os dos presidentes da República. Ele foi indicado por Jair Bolsonaro, mas se manteve no cargo nos dois primeiros anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O executivo explicou aos jornalistas, porém, que, justamente por causa desse período no comando do banco, decidirá junto com a esposa e os filhos qual será o seu futuro. Eles têm o direito, conforme Campos Neto, pois abdicaram muito de sua presença nos últimos anos. Campos Neto saiu do BC, com o legado de sua autonomia operacional, mas a perdeu em casa.

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