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Pergunta aí !

Quanto custa o óleo de soja? Essa foi a pergunta que rondou o alto escalão do governo nos últimos dias

19 de fevereiro de 2025

 Por Isadora Duarte 

Quanto custa o óleo de soja? Essa pergunta rondou o alto escalão do governo nos últimos dias. Pergunta repetida por inúmeros ministros e técnicos auxiliares. Em princípio uma pergunta simples. Mas suficiente para direcionar a política pública de biodiesel. 

Ontem, por decisão do governo, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) manteve a mistura do biodiesel ao óleo diesel em 14%. O cronograma previamente estabelecido determinava aumento para 15% em 1 de março.

O motivo alegado pelo governo para travar a mistura foi a preocupação com a inflação. O presidente Lula ficou assustado com a alta de 29% no preço do óleo de soja em 2024 e quer que o óleo envasado fique mais acessível à população. 

O preço já começou a cair refletindo a safra recorde de soja. Houve queda de 0,87% no preço do óleo vegetal no varejo em janeiro segundo o IPCA. 

Mas não foi suficiente para convencer o governo que insiste que o uso do produto para biodiesel está pressionando o mercado. Agora o governo quer esperar uma queda significativa de preços para retomar o aumento da mistura do biodiesel. 

Alheio à economia doméstica, houve ministro do alto escalão dizendo até que a unidade do óleo de soja era encontrada por R$ 14. Não apenas fora da realidade, mas o dobro do preço atual praticado nos supermercados. 

Levantamento de empresa de pesquisa em supermercados revela que o preço do óleo de soja ficou em média em R$ 6,91 no varejo do País no primeiro dia de fevereiro. Em Brasília, onde a decisão foi tomada, os preços variam de R$ 7,15 a R$ 8,69. Isso, com plaquinha de promoção, conforme pesquisa de preço da reportagem em oito supermercados. 

 “Pergunta aí” era a ordem ecoada em vários gabinetes. A pergunta era direcionada à indústria e fabricantes de biodiesel. Ministros participantes queriam saber o nível atual do óleo de cozinha para orientar suas posições no CNPE. Não foi preciso. No fim, o que prevaleceu foi o desconhecimento do titular que achava que o óleo envasado já custava R$ 14.

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