Festa de 60 anos do Banco Central reúne mentes que enfrentaram problemas agudos da economia
4 de abril de 2025
Por Célia Froufe e Cícero Cotrim
Não se pode chamar o almoço promovido pelo Banco Central para comemorar os 60 anos da instituição de um grande evento, mas, segundo participantes, estava repleto de estrelas da área econômica. Afinal, estiveram presentes as mentes que enfrentaram os problemas mais agudos da economia brasileira e internacional nas últimas décadas. De Gustavo Loyola e Henrique Meirelles a Pedro Malan, Gustavo Franco, Arminio Fraga, Ilan Goldfajn, Roberto Campos Neto.
Cerca de dez mesas foram postas no oitavo andar da sede da instituição em Brasília. Justamente onde ocorre a etapa de análise de conjuntura do Comitê de Política Monetária (Copom). Lá, em clima de nostalgia, os convidados conversaram sobre amenidades. Durante a solenidade aberta de comemoração da marca sexagenária da autoridade monetária, Campos Neto abriu o coração: “Eu estou com saudades de vocês, foram seis anos maravilhosos, quase seis anos”, disse.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, optou por uma postura mais informal para o encontro. Sem discursos no início ou no fim da reunião. Ele circulou por todas as mesas, agradecendo a presença individualmente e aplicando sua já conhecida desenvoltura política.
Enquanto pratos e talheres eram usados, sobre a mesa, só a comida e conversas aprazíveis. Nenhum grande debate: nem sobre políticas do BC quiçá sobre qualquer outro tema mais polêmico. As conversas, conforme algumas descrições obtidas pelo Broadcast, foram diversas e temáticas pelos grupos, que foram divididos de forma misturada pelas mesas.
O convite para o almoço chegou com cerca de uma semana de antecedência ao e-mail de cada um. Além da atual cúpula da autarquia, participaram ex-integrantes da presidência e da diretoria do BC e alguns integrantes da equipe econômica.
Nenhum representante do setor privado foi convidado como tal. Alguns deles compareceram, no entanto, porque já fizeram parte do Copom no passado e hoje atuam no mercado financeiro. É o caso, por exemplo, de Isaac Sidney, que atualmente comanda a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), e alguns economistas que atuam em suas próprias consultorias ou em conglomerados financeiros na Faria Lima ou no Rio.
Os convidados tinham como opção carne, frango e bacalhau. Estava delicioso, alguns relataram. O ponto alto do almoço, conforme cinco participantes, foram as sobremesas, que estavam melhores do que os pratos principais. Ganhou destaque a torta de banoffee.
Tudo transcorreu de forma bem tranquila durante todo o almoço. Um pequeno alvoroço só foi visto na hora do cafezinho: só havia uma máquina de espresso.
“Foi um almoço comum, com bons doces. Não foi um almoço de debates”, resumiu um dos participantes.
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