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Cadê meu ovo de chocolate?

Produto será mais caro, menor e mais recheado de criatividade do que de bombom

21 de março de 2025

Por Leandro Silveira

É hora de preparar as crianças e dosar as expectativas: a Páscoa de 2025 promete menos ovos de chocolate. Faltando cinco semanas para o domingo do coelhinho, já dá para cravar que eles estarão menores, mais caros e, em muitos casos, mais recheados de criatividade do que de bombons.

O vilão da história é o preço do cacau, que disparou como foguete. Em 2024, a tonelada da amêndoa na Bolsa de Nova York saltou de US$ 4.196 para US$ 11.675. Isso mesmo, mais do que dobrou!

O motivo foi uma queda expressiva na produção de Costa do Marfim e Gana, países que lideram o fornecimento mundial, por causa dos problemas climáticos.

Para o Brasil, onde a produção nacional não dá conta da demanda da indústria, o baque foi inevitável. Importar cacau ficou mais caro, os estoques deram um alívio temporário. Mas, como tudo na vida, também chegaram ao fim.

Com os preços ainda nas alturas – hoje girando em torno de US$ 8 mil por tonelada –, os pais já podem preparar o coração (e o bolso), pois a missão de encher a cesta das crianças será mais desafiadora.

Sem susto?

Não à toa, a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) anunciou que 45 milhões de ovos foram produzidos para a Páscoa de 2025, 13 milhões a menos do que no ano passado. E a tendência agora é apostar em ovos menores e cheios de misturas – biscoitos, principalmente –, tudo para tentar equilibrar os custos sem assustar (tanto) o consumidor.

O jeito vai ser se contentar com mais barras e bombons? Talvez. Mas, atenção: o IPCA do chocolate em barra e bombons subiu 16,5% nos últimos 12 meses. Ou seja, não adianta muito tentar “caçar com gato”. No fim das contas, o chocolate vai custar caro de qualquer jeito.

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