Convidados para reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm de guardar aparelhos fora da sala
Por Célia Froufe
A Esplanada dos Ministérios sabe da ojeriza que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem por celulares. Não há encontros com o chefe do Executivo nos Palácios do Planalto ou da Alvorada em que os participantes adentrem com os aparelhos. A restrição é geral e não se abrem exceções com o intuito de evitar interferências durante debates ou mesmo vazamento de ideias enquanto o assunto ainda está sendo discutido.
Sabendo do impedimento, muitos dos convidados de Lula já chegam ao local e depositam seus celulares espontaneamente numa estante com compartimentos numerados, montada estrategicamente para isso do lado de fora da sala de reuniões. Quando os encontros são maiores, como os que ocorreram na semana passada para discutir os cortes de gastos, o ajudante de ordens às vezes fica posicionado na entrada, lembrando os participantes sobre o depósito antecipado.
Cabe a ele também algumas vezes ajudar os participantes do encontro a recolher os aparelhos para colocar na estante, que é numerada para ajudar os convidados a encontrarem seus pertences mais facilmente na saída. Numa dessas reuniões, o auxiliar pegou o aparelho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o colocou aleatoriamente na gavetinha “13”, mesmo número do Partido dos Trabalhadores (PT). “É um bom número”, aprovou Haddad.
