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Saudades do feirão

Para construtoras, evento serve para reforçar laços institucionais entre bancos, empresas, representantes de prefeituras e governos

18 de março de 2025

Por Circe Bonatelli

Os sindicatos de construtoras estão com saudades do tradicional feirão da casa própria que era realizado pela Caixa Econômica Federal. Mudou de formato nos últimos anos, deixando algumas empresas menores ‘órfãs’.

O presidente da Caixa, Carlos Vieira, ouviu de alguns representantes de construtoras o pedido para organizar novos eventos. Ele, entretanto, não mostrou muito entusiasmo.

Por 14 anos seguidos, a Caixa fez um feirão amplo e coordenado no País, com presença em várias capitais, como Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, tendo São Paulo como seu ápice pelo maior volume de negócios.

Mas, desde 2019, isso mudou. De lá para cá, o banco abriu mão de organizar sozinho o feirão, passando a realizar eventos menores e mais esparsos, sem uma agenda fixa. O entendimento é que o evento era custoso para o banco e que as empresas e os cidadãos já estavam bem contempladas pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), com acesso a crédito subsidiado.

Atualmente, o programa vive sua melhor fase, com recorde de lançamentos e vendas.

Reforço comercial

O apelo das construtoras é que o feirão funciona como um reforço comercial para as empresas menores, que não têm canais de venda com tanto poder de atração quanto das grandes corporações.

Outro argumento é que o feirão serve para reforçar os laços institucionais do setor, reunindo o banco, as empresas e representantes de prefeituras e governos.

Além disso, as construtores reconhecem que o governo Lula está bastante inclinado a reforçar sua popularidade, com medidas que estimulem a economia e criem uma agenda positiva para os setores produtivos. Exemplo disso é a proposta em estudo para criar uma nova faixa no Minha Casa Minha Vida para contemplar famílias com renda bruta mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, contando com R$ 15 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal. Hoje, o programa atende famílias que ganham até R$ 8 mil.

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