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Gesto simbólico

Menos de 1% de pagamentos para bets saíram de limite de cartão, segundo Abecs

3 de outubro de 2024

Por Matheus Piovesana

A preocupação do setor financeiro com os potenciais efeitos do crescimento das apostas online sobre o endividamento da população ficou perceptível na quarta-feira, 2. Além de adiantar a proibição do uso de cartões de crédito nas chamadas bets, entidades voltaram a falar sobre restrições a formas de pagamento para os jogos que estejam atreladas a alguma linha de crédito.

Tanto o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, quanto o vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Ricardo Vieira, defenderam a proibição do chamado Pix parcelado para o pagamento de apostas. Comum nos bancos, a oferta de financiamento do Pix através dos limites do cheque especial e do cartão de crédito é vista como perigosa no contexto dos jogos online.

O fato é que até agora, a participação do cartão nesse fluxo se mostrou pequena. A Abecs calcula que menos de 1% de tudo o que os brasileiros enviaram para casas de apostas partiram dos limites de cartão. O número é consistente com o informado por grandes emissores, como o Nubank, que se tornou ele próprio alvo de temores no mercado na última semana.

As preocupações no setor financeiro se intensificaram após o Banco Central divulgar estudo que apontou que os brasileiros têm enviado R$ 20 bilhões por mês, em média, para as bets. Também, na média, a população mais jovem e de menor renda é quem tem gastado mais.

Ainda assim, os números mostram que o impacto sobre os bancos é pequeno. Ao dar um passo à frente, o setor quer evitar um erro por omissão que poderia gerar uma nova “bola de neve” financeira, após retirar dos balanços os empréstimos problemáticos concedidos entre 2021 e 2022. É um movimento importante em um momento em que além dos jogos, outro elemento tende a reduzir a renda das famílias: a alta dos juros.

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