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Mau presságio para Wall Street?

O mercado de ações americano pode estar saindo da fase de "sonho",embalado pela IA, para um momento mais São Tomé, "só acredito vendo!

13 de janeiro de 2025

Aline Bronzatti , de Nova York

Depois de acabar com o Natal de Wall Street, o Grinch parece que não quer deixar a quadra financeira mais famosa do mundo. Casas como o Bank of America e o Morgan Stanley têm feito um alerta aos investidores nos últimos dias: o fato de as ações terem caído em dezembro pode ser um mau presságio à frente.

Os principais índices acionários de Nova York começaram o ano com pé esquerdo, embora tenham gerado ganhos nos últimos dias. É verdade que foi sem grande entusiasmo, aquele tal ‘momentum’ ou ímpeto no bom português, com um olho para a primeira bateria de dados econômicos dos EUA e outro nos posts do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tentando decifrar o que é fato e o que é fake em ambos.

Para o Bank of America, o fato é: a ausência de um rali de Natal para o S&P 500, que reúne as maiores empresas de capital aberto dos EUA, aumenta o risco de um janeiro em baixa, bem como de um primeiro trimestre e até mesmo um semestre sem brilho.

Por ora, os gestores em Wall Street veem o S&P 500 entre 6 mil e 7 mil pontos neste ano. Não custa lembrar que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sinalizou apenas dois cortes de juros neste ano, e o mercado segue dividido, achando que pode ser um só, e nada mais, a depender dos impactos das medidas de Trump na inflação e, consequentemente, nas taxas.

O Morgan Stanley desconfia que o tal ímpeto de Wall Street pode estar se reduzindo. Se for verdade, o mercado de ações americano pode estar atravessando uma espécie de pivô, saindo da fase de “sonho” embalada pelo furor dos investidores, sobretudo em torno das expectativas com a inteligência artificial (IA), para um momento mais São Tomé, “só acredito vendo”. Nessa fase, as empresas serão obrigadas a mostrar na prática, ou seja, com lucro.

Assim, a temporada de balanços do quarto trimestre em Wall Street, com os grandes bancos abrindo a porteira oficial nesta semana, começa com a lupa ampliada da parte dos investidores. Não se trata de perseguição, mas de resultados, esclarece o Morgan Stanley.

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