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Mercado não é uma coisa só e funciona com posições contrárias, diz futuro presidente da autoridade monetária
19 de dezembro de 2024
Por Cícero Cotrim, Célia Froufe e Fernanda Trisotto
O diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse há pouco que não há rotina de dar ciência ao presidente da República sobre o que o BC pretende ou vai fazer. “Nem do ponto de vista legal e ele jamais chegou perto de discutir comigo sobre o que o Banco Central vai fazer em qualquer tipo de reunião”, garantiu durante entrevista coletiva nesta quinta-feira.
Galípolo comentou que não se quer esse tipo de relação no Banco Central, porque há a ciência e a preocupação de que a inflação é muito ruim para a população. Ele também disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem confiança nele. “Não só em mim, mas em toda a diretoria do Banco Central: de que ela vá desempenhar o trabalho que ela precisa para focar na inflação”, disse.
Ataques
O diretor de Política Monetária do Banco Central disse também que ideia de um ataque especulativo contra o real como movimento coordenado não explica bem a situação do câmbio neste momento. A afirmação foi feita durante coletiva de imprensa sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
“Eu acho que não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, vamos dizer assim, como se fosse uma coisa só, que está coordenada, andando em um único sentido. Basta a gente entender que o mercado funciona, geralmente, com posições contrárias. Para existir um mercado, precisa existir alguém comprando e alguém vendendo. Então, toda vez que o preço de algum ativo se mobiliza em alguma direção, você tem vencedores e perdedores. Eu acho que a ideia de ataque especulativo enquanto algo coordenado não representa bem”, disse.
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