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Prefeito teve 29,48% e psolista, 29,07% dos votos válidos no primeiro turno da eleição na capital
7 de outubro de 2024
Por Iander Porcella, Victor Ohana e Gabriel Hirabahasi
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) avançaram para a segunda etapa da disputa pela prefeitura da capital paulista após um primeiro turno que havia se tornado imprevisível. Com 100% das urnas apuradas, o candidato à reeleição recebeu 29,48% dos votos e o parlamentar, 29,07%.
Os dois conseguiram superar Pablo Marçal (PRTB), que ficou em terceiro lugar, com 28,14%. O ex-coach foi a grande novidade da eleição e tinha chances de tirar um deles do segundo turno.
Sem Marçal, a corrida pela prefeitura retoma sua polarização inicial: a disputa entre Nunes e Boulos. O primeiro é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda que de forma dúbia. O segundo é a aposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo que o petista tenha entrado menos do que se esperava na campanha.
Em quarto lugar, ficou a deputada federal Tabata Amaral (PSB), com 9,91% dos votos. O apresentador José Luiz Datena (PSDB), que concorreu pela primeira vez em uma eleição após ensaiar entrar na política diversas vezes, terminou com 1,84%. A economista Marina Helena (Novo) recebeu 1,38% dos votos.
Nunes assumiu a prefeitura de São Paulo em maio de 2021, após a morte do prefeito Bruno Covas (PSDB). O emedebista era até então o vice-prefeito. Antes, foi vereador na capital paulista por dois mandatos.
Durante a campanha, adversários de Nunes o questionaram sobre suspeitas de corrupção que rondam a prefeitura. Uma delas está relacionada a inquérito da Polícia Federal que apura suposto desvio de verbas de escolas infantis, caso conhecido como “máfia das creches”. O prefeito nega qualquer envolvimento.
Nunes também teve que responder sobre um boletim de ocorrência com acusação de violência doméstica registrado por sua esposa, Regina Carnovale Nunes, em 2011. Hoje ela nega as agressões.
Como candidato a vice, Nunes escolheu o coronel Ricardo Mello Araújo (PL), ex-comandante da Rota, em aceno a Bolsonaro. O ex-presidente, contudo, resistiu a entrar na campanha e fez poucos gestos na direção do emedebista. Muitos bolsonaristas ficaram ao lado de Marçal publicamente, mesmo após o PL formalizar apoio a Nunes.
Boulos foi líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), antes de se eleger deputado federal em 2022. Quatro anos atrás, ele foi derrotado no segundo turno da disputa pela prefeitura de São Paulo por Covas.
Durante a campanha deste ano, Boulos adotou estratégia para sua suavizar sua imagem de radical, mas teve que responder a questionamentos de adversários sobre protestos do MTST.
Marçal chegou a insinuar que Boulos usava cocaína, o que foi negado pelo psolista. O ex-coach também apelidou o candidato da esquerda de “Boules”, após um evento da campanha dele em que o hino nacional foi cantado em linguagem neutra.
A candidata a vice de Boulos é Marta Suplicy (PT), ex-prefeita da cidade que é popular na periferia, onde o psolista tem dificuldade de conseguir votos. Parte dos eleitores que votaram em Lula na cidade em 2022 indicaram preferência por Nunes.
Os debates foram marcados por agressividade inédita. Em um deles, promovido pela TV Cultura, Datena deu uma “cadeirada” em Marçal.
Em outro, organizado pelo canal Flow, um assessor do ex-coach deu um soco no rosto do marqueteiro da campanha de Nunes, Duda Lima.
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