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Remuneração de AI deveria ser sobre serviços

Especialistas sugerem que a chamada taxa fixa do assessor de investimentos deve ser sobre custo

6 de setembro de 2024

Por Bruna Camargo

A discussão sobre remuneração de assessores de investimento com o modelo fee based, também chamado de taxa fixa ou fee fixo, deveria ser mais sobre a entrega do serviço que dos custos. A avaliação foi feita por especialistas que participam do evento Anbima Day, promovido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)e pela plataforma de investimentos Warren, em São Paulo. O tema deve seguir ganhando os holofotes conforme se aproxima a data de vigência da regra 179 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em 1º de novembro.

“A agenda do fee fixo tem que sair da discussão sobre o custo e ir para o valor do assessor. Qual o valor do meu serviço? Não dá mais para ter o discurso de que o cliente investe e não paga nada”, disse Caio César, responsável comercial e de treinamento da RN Investimentos. O escritório ligado à XP possui a maior parte da base de clientes nesse modelo de remuneração, em detrimento do formato transacional, por comissionamento dos produtos.

Tito Gusmão, presidente executivo (CEO) da Warren, destaca que o futuro da área de assessoria de investimentos é o foco em “serviço”, pois diz que fazer o básico com as transações financeiras é “old school”. Na Warren, que trabalha com o fee based, a missão é democratizar esse modelo que é mais comum na gestão de grandes fortunas. “Family office para todo mundo”, diz.

A CVM 179 tem o objetivo de reduzir conflitos de interesse e promover um ambiente mais ético e transparente, exigindo que os intermediários divulguem suas remunerações de forma detalhada aos investidores. “A 179 faz parte da nova era de serviços, que é entender a vida e montar um planejamento financeiro. Ser de fato um assessor, não um executor de ordens”, afirma Gusmão.

Segundo Luiz Henrique Carvalho, gerente executivo de Representação de Distribuição da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), ainda há o desafio de se levar em consideração os diversos produtos distribuídos pelas plataformas, as diferentes formas de remuneração e as diversas estruturas nas casas. No último mês, a Anbima abriu uma audiência pública para tratar do tema. “Queremos buscar o máximo de padronização das informações e entender a forma como serão passadas para o cliente”, diz Carvalho.

César, da RN Investimentos, observa ainda que falta entender como o investidor vai interpretar as informações. “Ele vai olhar um monte de números sem entender se está pagando muito ou pouco pelo serviço de assessoria”, pontua o executivo, acrescentando que a agenda precisa evoluir.

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