Agronegócios
24/08/2018 20:11

Glifosato: pesquisa da Unicamp detecta resíduos em produtores, mas abaixo do limite recomendado


São Paulo, 24/08/2018 - Pesquisa realizada pelo Departamento de Farmacologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) detectou a presença de resíduos de glifosato na urina de agricultores e produtores rurais do município de Nova Mutum (MT), mas em níveis abaixo dos limites permitidos no Brasil e no exterior. No estudo, 90 amostras de urina de trabalhadores rurais em Nova Mutum foram analisadas, das quais 11 (12%) tinham níveis quantificáveis de glifosato, com o maior valor encontrado nas amostras de 0,007 mg/kg. No Brasil, de acordo com a Anvisa, a ingestão diária aceitável (Ida) é de 0,042 mg/kg. Órgãos reguladores nos Estados Unidos permitem até 1,75 mg/kg/dia. Na União Europeia esse limite é de 0,3 mg/kg/dia. O resultado da pesquisa foi apresentado nesta sexta-feira na sede da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).

A pesquisa foi conduzida pela mestranda Karolyne Gramlich de Melo, orientada pelo professor Paulo César Pires Rosa e coordenada pelo professor Ângelo Zanaga Trapé. Conforme a autora explica na dissertação, a Aprosoja-MT deu apoio financeiro e contribuiu na seleção e realização das coletas das amostras dos voluntários incluídos no estudo.

A pesquisa analisou a presença de glifosato em amostras de urina de agricultores do município de Nova Mutum (MT), um grupo de voluntários composto por homens e mulheres com idade entre 20 e 50 anos, que fazem o uso do glifosato nas culturas de soja e que possam estar sujeitos à contaminação. Os participantes da pesquisa tiveram exposição maior do que um ano ao pesticida. As análises foram conduzidas nas dependências do Laboratório de Análises Toxicológicas em Materiais Biológicos (Labtox), da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, no período de agosto a novembro de 2017.

O nível mais alto encontrado foi obtido do participante com tempo de exposição de 1 ano e 9 meses, enquanto o participante com tempo de exposição de 10 anos não tinha resíduo quantificável, segundo o estudo. "O tempo em que estes trabalhadores ficaram expostos ao glifosato antes do estudo não influenciou em maior ou menor quantidade de resíduos", aponta o estudo. (Leticia Pakulski - leticia.pakulski@estadao.com)
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