Agronegócios
23/08/2022 15:55

CBA/Basf/Hugo Borsari: de 40% a 50% das sementes para safra de algodão 2022/23 já foram comercializadas


Por Isadora Duarte*

São Paulo, 19/08/2022 - A Basf, líder no mercado de sementes de algodão no Brasil, estima que cerca de 40% a 50% das sementes utilizadas na safra 2022/23 da pluma já foram comercializadas. O volume está dentro da normalidade na comparação histórica das safras, avalia o diretor de Sementes da Divisão de Soluções Agrícolas da Basf na América Latina, Hugo Borsari. "Parte dos agricultores de Mato Grosso, maior produtor de algodão do País, ainda não decidiram quais variedades plantarão porque estão colhendo a safra atual. Eles colhem, avaliam a performance das variedades e definem o que irão comprar", disse ao Broadcast Agro nos bastidores do 13° Congresso Brasileiro do Algodão, realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) em Salvador.

O plantio do ciclo 2022/23 começa em novembro pela Bahia e prossegue em Mato Grosso no decorrer de janeiro, após a colheita de soja. Borsari projeta que as vendas de sementes de algodão para a próxima safra devam atingir entre 90% e 95% do volume necessário até meados de novembro. "Normalmente, em dezembro, o produtor ainda realiza alguns ajustes nas compras de sementes após a janela de plantio de soja e das definições de clima e conclui as decisões em janeiro", estima.

A companhia vê crescimento de pelo menos 5% a 10% na área plantada com algodão no País na safra 2022/23. "A semente é um excelente termômetro de área. Hoje, o algodão está com preço remunerador, gerando boa margem para o agricultor, o que encoraja o aumento de área", afirmou Borsari. A Abrapa projeta alta de 6% na área semeada com a pluma no País, para 1,7 milhão de hectares.

A maior parte deste incremento de área, segundo ele, deve vir de Mato Grosso, que pode expandir a área plantada com algodão na segunda safra, após o cultivo da soja. "É um Estado que planta mais de 10 milhões de hectares com soja e somente cerca de 1 milhão de hectares com algodão, o que dá oportunidade de expandir a área significativamente. O Estado tem disponibilidade de área e de infraestrutura muito boas", comentou o executivo.

Ele estima aumento de área de 5% a 10% em Mato Grosso, maior produtor nacional da pluma. A confirmação do porcentual de incremento, contudo, vai depender das condições climáticas para a semeadura da safra de soja, o que reflete na janela de plantio para o algodão. "Se atrasar muito o plantio de soja limita o período para semeadura do algodão. Se chover cedo e o plantio de soja começar mais cedo, isso permite ao agricultor implantar algodão em maior janela e inclusive aumentar as lavouras para maior área. Agora, o produtor mato-grossense está colhendo safra 2021/22 de algodão, na sequência, ele planta soja e avalia a qualidade da fibra e as condições climáticas para tomar a decisão final", apontou. Para a Bahia, segundo maior produtor nacional, Borsari projeta leve crescimento na área plantada, entre 1% e 5%.

Na avaliação de Borsari, mesmo com a inflação dos custos de produção, o cotonicultor brasileiro tende a continuar investindo em tecnologia para a safra 2022/23, como as sementes, e na expansão da cultura. "O aumento ou a redução de preço das sementes tem também relação muito grande com o preço da commodity, porque parte do custo de produção da semente é a própria commodity. O cenário atual, considerando custo de produção com insumos e preço da commodity, ainda proporciona boa rentabilidade para o produtor, o que incentiva o aumento da área de algodão", analisou o executivo.

Contato: isadora.duarte@estadao.com

*A jornalista viajou a convite da Abrapa.
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast Agro e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso