Agronegócios
07/04/2020 10:25

Biodiesel/Abiove: Leilão precisaria ser reagendado para próxima semana para não prejudicar produtores


Por Julliana Martins

São Paulo, 07/04/2020 - O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, avalia que a suspensão, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), da segunda etapa do leilão de biodiesel que ocorreria hoje não será prejudicial ao setor, desde que uma nova data seja agendada para um curto prazo. Ao Broadcast Agro, Nassar afirmou que caso o leilão seja adiado para o fim do mês de abril, como defendido por algumas distribuidoras, os produtores não terão tempo para programarem a produção de acordo com o que será comercializado nos próximos dois meses.

O pleito da associação é de que o leilão ocorra na próxima semana, quando o cenário do mercado de diesel vai estar mais claro para o setor. "O adiamento em uma semana não é um problema, nós fomos favoráveis. O que não concordamos é com a postergação por um prazo maior, já que os produtores precisam se programar. Se a gente não entrega, somos punidos, é claro", afirma Nassar.

Possíveis mudanças no funcionamento da comercialização também vão contra o posicionamento da entidade. De acordo com o presidente da associação, a flexibilização ou até exclusão da multa para distribuidoras que retirarem um volume de biodiesel inferior a 95% do contratado nos leilões poderia "autorizá-las a não cumprir com a mistura de 12% de biodiesel obrigatória". Nassar aponta também que o leilão vai definir a comercialização de maio e junho e, portanto, o estágio da demanda, após ser afetada pelo coronavírus, já é conhecido, o que descaracteriza a alegação de incerteza para adotar essa medida. "Ainda é cedo para avaliar o setor, mas maio com certeza não vai ser pior do que abril", disse ao Broadcast Agro.

Em relação à retração no consumo por causa das ações de contenção à epidemia, a percepção da Abiove é baseada apenas nas retiradas de biodiesel pelas distribuidoras, além de relatos das mesmas. Segundo Nassar, enquanto as empresas falam em queda de 50% na demanda por diesel, as retiradas até sexta-feira continuavam normais, com uma redução pontual em alguns dias de no máximo 15%. "Não houve uma queda de demanda tão acentuada, os números mencionados pelas distribuidoras não ficam claros no momento das retiradas", disse.

Contato: julliana.martins@estadao.com
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