Agronegócios
28/08/2018 13:11

Maggi defende questionamento na OMC de barreiras da China ao frango e ao açúcar


São Paulo, 28/08/2018 - Sem êxito nas conversas com a China para suspender barreiras comerciais ao frango e ao açúcar do Brasil, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu o "enfrentamento" na Organização Mundial de Comércio (OMC)aos "ataques" protecionistas dos chineses. "Fomos na linha de tentar entender, negociar e não tivemos sucesso. Quando você tenta a negociação e não há qualquer tipo de reação do outro lado, tem que usar de outros instrumentos", disse a jornalistas após evento na capital paulista. Em áudio divulgado por sua assessoria, Maggi afirma que o governo federal tentará suspender as taxas aplicadas pela China.

Ainda com relação aos entraves no comércio, Maggi contou que não há nenhuma novidade em relação à esperada abertura do mercado russo para as carnes do Brasil e que continua aguardando um retorno. "Fizemos tudo que podíamos fazer e atendemos a todos os requisitos que eles pediram. Quando encontrei representantes do governo russo na África do Sul cheguei a perguntar se havia alguma indisposição política que estivesse impedindo o fim do embargo, mas me responderam que não era o caso", disse ele sobre conversas realizadas durante a 10ª Cúpula do Brics, que reuniu lideranças do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul em Johanesburgo, em julho. Caso se tratasse de alguma indisposição política entre os países, o ministro disse que informaria os produtores brasileiros para que se adequassem às condições do mercado e direcionassem suas carnes para outros compradores. "Os russos me disseram que este risco não existe", enfatizou.

Questões internas - Com relação ao herbicida glifosato, cujo registro está suspenso no Brasil, Maggi afirmou que aguarda um posicionamento do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) ainda nesta terça-feira. "O desembargador responsável pelo caso não estava em Brasília e deve nos dar alguma posição hoje", disse. A expectativa do ministério é de que o herbicida seja liberado para o plantio da safra 2018/19, visto que não há outro princípio ativo disponível no mercado que possa substituir o glifosato em tempo hábil. "Espero que a justiça leve em consideração todas as dificuldades (do produtor). Se houver a comprovação de que faz mal à saúde não vamos usar, mas devemos ter um prazo para que a indústria química tenha algo para substituir, mesmo que em preços altos", argumentou.

Por fim, sobre os fretes rodoviários, Maggi disse que, se a tabela de preços mínimos for de fato mantida, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) precisa "ter condição de fazer uma tabela que represente o preço mínimo e não a garantia de remuneração da atividade". (Nayara Figueiredo, nayara.figueiredo@estadao.com)
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