Agronegócios
12/09/2018 10:27

CBOT: soja e milho tendem a abrir em queda; trigo deve subir


São Paulo, 12/09/2018 - Os contratos futuros de grãos devem começar o pregão operando em direções distintas nesta quarta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). A soja deve abrir em queda, pressionada pela redução de 10,87% na estimativa de importação de soja pela China, em relação às estimativas de agosto. Nesta manhã, o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais do país informou, em relatório mensal de safra que, para o próximo ano comercial 2018/19, que começa em 1º de outubro, a China deve comprar 83,65 milhões de toneladas. A previsão é 10,9% menor que as 93,9 milhões de toneladas importadas durante a safra de 2017/18.

O Ministério atribui à queda na previsão aos conflitos comerciais com os Estados Unidos (EUA), à adoção de uma dieta de baixa proteína para alimentação dos animais e às perdas de rentabilidade da suinocultura, em virtude da peste suína africana (ASF) que atinge o país, que também reduz a demanda por farelo de soja. O relatório foi a primeira avaliação oficial do governo chinês após os conflitos comerciais com os Estados Unidos (EUA). A China é o maior comprador mundial de soja e os EUA são o seu segundo maior fornecedor. Desde julho, todas as importações norte-americanas estão sujeitas à tarifação extra pelo governo chinês. No caso da soja, a taxa é de 25%.

O relatório de oferta e demanda da safras dos EUA e do mundo, que será divulgado às 13h de hoje pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), também impulsiona a tendência baixista das cotações da oleaginosa. Analistas projetam um leve aumento de 935 milhões de bushels (25,45 milhões de toneladas) para 938 milhões de bushels (25,53 milhões de toneladas) no armazenamento interno. Enquanto aguardam os índices do levantamento, investidores do mercado futuro se mantém cautelosos nas negociações. Ontem, no relatório semanal de acompanhamento de safra, o USDA reportou que 68% da safra de soja estava em condição boa ou excelente, aumento de dois pontos porcentuais ante a semana anterior. Há um ano, essa parcela era de 60%.

O milho também deve abrir em queda, pressionado pelo relatório mensal de safra do governo chinês. O Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China informou que a previsão de importação do cereal para o ano comercial 2018/19 manteve-se em 1,5 milhão de toneladas, declínio de 54,5% quando comparada a safra de 2017/18. O país também deve aumentar a produção interna do cereal para 213,02 milhões de toneladas, por causa do uso do grão como substituto para ração animal e à alta na produção de etanol. Além disso, o início da colheita do cereal nos EUA também pode contribuir para segurar as cotações do grão. Investidores avaliam os preços devem permanecer num intervalo entre a resistência de US$ 3,88 e suporte de US$ 3,50 por bushel.

Em direção oposta, o trigo deve abrir em alta, influenciado pela demanda aquecida e estimativas de redução no estoque global. Analistas do setor acreditam que o relatório mensal de oferta e demanda global do USDA deve apontar uma queda no estoque global de 259,0 milhões de toneladas para 257,2 milhões de toneladas em 2018/19. Além disso, a demanda pelo cereal continua aquecida. Ontem, a agência estatal de grãos do Egito, conhecida como Gasc, abriu nova licitação para compra do cereal, para entrega a partir do fim de outubro. Os resultados do processo licitatório devem ser divulgados ainda hoje (12). Nesta ocasião, o órgão estatal recebeu 11 ofertas de trigo russo e uma oferta de trigo ucraniano. O Egito é o maior importador de grãos do mundo, e a Gasc adquiriu na semana passada 60 mil toneladas de trigo da Rússia a US$ 217,90/tonelada.

No overnight, o vencimento novembro da soja caiu 5,25 cents (0,63%), a US$ 8,2650 por bushel. O milho para dezembro caiu 1,15 cents (0,34%), a US$ 3,6550 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo ganhou 8 cents (1,54%), a US$ 5,2675 por bushel. (Isadora Duarte, isadora.duarte@estadao.com, com informações da Dow Jones Newswires)
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