Por Clarice Couto
São Paulo, 03/11/2020 - O Banco do Brasil estuda lançar uma linha com recursos próprios e taxas de mercado para financiar máquinas agrícolas, após o BNDES ter suspendido na última sexta-feira a formalização de novos protocolos para contratação de recursos do Moderfrota. "Estamos considerando lançar uma linha, oferecer recursos nossos (próprios), (em condições) parecidas com o Moderfrota, talvez não com oito anos de amortização, mas cinco ou seis anos. Os recursos do Plano (Safra 2020/21) estão chegando no seu limite", disse o vice-presidente de Agronegócio e Governo do Banco do Brasil, João Rabello, durante webcast promovida pelo Centro de Estudos de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas.
Rabello admitiu que a taxa de juros cobrada de produtores em linhas do Plano Safra 2020/21 (aproximadamente 4% a 6% para custeio) está acima da inflação, mas lembrou que a Selic atual em 2% ao ano já viabiliza captação de recursos para grandes produtores por meio de emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), a taxas anuais de 4% a 5% ao ano. "Estamos apostando muito na Coopercitrus, nas cooperativas, para que elas coloquem as CPRs (Cédula de Produto Rural), que a partir do ano que vem serão visíveis ao mercado (registradas em um sistema eletrônico), dentro de um título que tornará possível para um pequeno produtor (tomar recurso)", afirmou Rabello.
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