Agronegócios
20/08/2021 08:50

Café/Abic: preço ao consumidor final pode subir até 40% no fim de setembro


São Paulo, 20/08/2021 - O preço do café ao consumidor final deve registrar aumento de 35% a 40% até fim de setembro. A avaliação é da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), que cita, entre outros fatores de alta, a seca e as recentes geadas que provocaram uma quebra na safra brasileira, o câmbio desfavorável, a elevação dos custos de produção e a exportação do produto.

A Abic destacou em comunicado um estudo, o qual mostra que o valor pago pelas torrefadoras pela matéria-prima subiu, em média, 82%, no período de dezembro/2020 até julho/2021. Já o reajuste de preço do café atingiu a média de 15,9% na prateleira dos supermercados, no mesmo período, porcentual muito abaixo dos 57% de aumento na média dos produtos considerados básicos, como leite, arroz, óleo de soja e feijão.

O diretor executivo da Abic, Celírio Inácio, explicou na nota que "as margens das indústrias de café estão no pior patamar e muitas não serão capazes de evitar o repasse ao consumidor em virtude da forte valorização dos insumos, o que continua a ocorrer no mercado". Segundo ele, "sem reajuste, há um comprometimento na sustentabilidade do negócio. Para o consumidor continuar tendo acesso a um produto de qualidade, que ele está acostumado, precisará compreender o reajuste que a prateleira vai apresentar. Diante deste cenário, o consumidor terá de ficar atento e desconfiar daquelas marcas que oferecem preços muito baixos", argumentou.

A Abic ressaltou, ainda, que o clima adverso provoca insegurança na cadeia produtiva, pois não se sabe ao certo o impacto da geada do último mês. Ao mesmo tempo, houve aumento das exportações, somado à produção menor já esperada para 2021 por causa do ciclo bienal do café (alternância de grande safra com outra menor no ano seguinte). O diretor comentou: “A safra de 2022 ainda depende da chuva na hora da florada das plantas, que deve ocorrer daqui a dois meses. Se houver a florada no café, o mercado tende a acalmar um pouco. Mas isso depende de uma chuva, e estamos em um período de seca”.

O Brasil mantém-se na posição de segundo maior consumidor de café do mundo (atrás apenas de Estados Unidos) e, apesar do cenário pandêmico, a demanda por café continua em ritmo de crescimento. O País registrou alta de 1,34% no consumo em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Abic.
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