Agronegócios
28/10/2022 08:35

Açúcar: safras do Hemisfério Norte devem pressionar preços em NY a partir de novembro, diz consultoria


Por Gabriela Brumatti

São Paulo, 28/10/2022 - A retomada dos fluxos comerciais de países do Hemisfério Norte deve pressionar os futuros de açúcar demerara a partir de novembro na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), afirma a HedgePoint Global Markets, em relatório. Até lá, caso não haja nenhum outro evento relevante, o período de escassez de oferta deve continuar sustentando as cotações. “Como há açúcar para sair da Índia e da Tailândia, o atraso no início da safra indiana pode arrastar o início da correção até novembro”, pondera a analista de Açúcar e Etanol da companhia, Lívea Coda. Ela ressalta que a Índia é o principal exportador nesta época do ano, junto com o Brasil, e o mercado internacional terá de pagar sua paridade de exportação, que hoje está em torno de 18 centavos de dólar por libra-peso. “Portanto, há espaço para correção”, reforça.

Embora o mercado esperasse um alívio de preços com a safra brasileira 2022/23, que iniciou em abril, as agitações no complexo energético deram um apoio adicional aos preços do adoçante, que já estavam altos com a quebra da safra passada. Em abril e junho de 2022, os preços do açúcar demerara ficaram em torno de 19,20 cents por libra-peso. Apesar da correção com as mudanças no regime de impostos do governo brasileiro, os preços voltaram para a média de 18,20 cents por libra-peso, que ainda está acima dos anos em que o Brasil não apresentava problemas de disponibilidade, diz a HedgePoint.

O ajuste também foi momentâneo. Coda lembra que as notícias, neste mês, sobre as chuvas, que atrapalham a moagem de fim de safra do Centro-Sul e atrasam o início da safra da Índia, deram outro fôlego ao adoçante. Desde o início do mês de outubro, a média de preço subiu para 18,5 cents por libra-peso.

Segundo o relatório, os fluxos comerciais ficarão ainda mais confortáveis e em linha com o superávit esperado para a safra global 2022/23 a partir de abril, quando pode ocorrer outra pressão baixista nos contratos. “A tendência baixista pode ganhar ainda mais força à medida que nos aproximamos do início da safra 2023/24 do Brasil, em abril”, afirma a especialista. Entretanto, pontua Coda, para que a baixa se concretize, os preços do etanol e a política tributária no País devem permanecer inalterados ou então o mix pode variar.

Contato: gabriela.brumatti@estadao.com
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