Agronegócios
13/07/2021 08:32

Café/Cecafé: exportação na safra 2020/21 atinge recorde de 45,6 mi de sacas (+13,3% ante 2019/20)


Por Augusto Decker

São Paulo, 13/07/2021 - O Brasil bateu recorde de exportação de café na safra 2020/21, que terminou em junho, segundo balanço do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulgado ontem (12). Na temporada foram embarcados 45,6 milhões de sacas de 60kg, 13,3% a mais do que na safra anterior e 10,1% a mais do que o recorde anterior, da safra 2018/19. A receita cambial em 2020/21 acumulou US$ 5,84 bilhões, 13,4% a mais do que em 2019/20.

O presidente do Cecafé, Nicolas Rueda, afirmou em entrevista coletiva que o resultado "foi fantástico em termos de quantidade, de qualidade e de preços".

Os principais destinos do café brasileiro na safra foram Estados Unidos, com 8,337 milhões de sacas; Alemanha, com 7,948 milhões de sacas; e Bélgica, com 3,833 milhões de sacas. Os três países apresentaram crescimento em relação ao volume importado na safra anterior, de 5,8%, 16,2% e 40%, respectivamente.

No mês de junho, foram exportados 3,01 milhões de sacas, 2,1% a menos do que em junho de 2020. A receita no mês foi de US$ 423,2 milhões, aumento anual de 17,0%.

Ano civil

No acumulado entre janeiro e junho, o País exportou 20,87 milhões de sacas de café, um recorde para o período e aumento anual de 4,5%. A receita cambial no primeiro semestre subiu 7,0% na mesma comparação, para US$ 2,79 bilhões.

Logística

As dificuldades logísticas têm atrapalhado as exportações brasileiras de café nos últimos meses, afirmou o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos. "Temos empresas com atrasos desde abril que ainda não embarcaram", disse ele na entrevista coletiva virtual, para apresentar os resultados da temporada 2020/21. "Esse problema é um fato, e as exportações dos últimos meses poderiam ser substancialmente maiores."

Segundo os executivos, a retomada da economia em regiões como a Ásia e em países como Estados Unidos após o avanço da vacinação fez com que a demanda por produtos alimentares e eletrônicos aumentasse, causando congestionamentos em portos norte-americanos e asiáticos. Isso levou a cancelamentos de diversos agendamentos, dificuldade para agendar embarques e concorrência por contêineres e navios.

O diretor-técnico do Cecafé, Eduardo Heron Santos, afirmou que não é possível projetar quanto tempo essa interrupção logística vai durar, principalmente porque se aproxima uma época de aumento da oferta de diversos produtos, como o próprio café. "Buscamos conversar com autoridades públicas, agentes, para ter indicação de quando os problemas podem ser harmonizados, mas ainda é prematuro fazer afirmações", afirmou. Segundo ele, "a tarefa do exportador, que é entregar para o embarque, está regular".

A dificuldade logística foi citada pelo presidente do Cecafé, Nicolas Rueda, para explicar a queda expressiva, de 39,4%, da exportação de café robusta em junho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2020. "Além dos gargalos na logística geral, o porto Vitória (ES) tem gargalos superiores à média em bookings e contêineres, e o Espírito Santo é um dos principais produtores de conilon."

Contato: augusto.decker@estadao.com
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