Por Tânia Rabello
São Paulo, 16/11/2020 - Em outubro, o custo de produção de algodão em Mato Grosso para a safra 2020/21 subiu novamente, informou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em boletim semanal sobre a cultura. Segundo o relatório, o custo operacional efetivo (COE) aumentou 2,04% em relação a setembro, ficando estimado em R$ 9.767,35/hectare até o mês passado. Os principais itens que sustentaram a valorização foram os fertilizantes e corretivos (+1,13%) e defensivos (+1,51%), informa o instituto.
Já para o custo operacional total (COT), a estimativa é de R$ 10.121,42/hectare, aumento de 1,96% no comparativo com setembro. Assim, para que o produtor consiga cobrir pelo menos o seu COE, é preciso que negocie a sua pluma a uma média de R$ 83,83/@. "Por fim, é importante salientar que se aproxima o início da semeadura do algodão nas primeiras áreas no Estado - previsto para a terceira semana de dezembro - e os produtores que ainda não finalizaram as aquisições dos insumos poderão se beneficiar com o recuo do dólar dos últimos dias", sinaliza o Imea.
Ainda conforme o Imea, ainda é incerta a área a ser plantada com algodão em Mato Grosso, justamente por causa do alto custo de produção e também por causa das incertezas em relação à segunda safra no Estado, em função do atraso na semeadura da soja. Este fator, conforme o instituto, poderá levar o produtor a optar pelo milho em vez da fibra.
Segundo o Imea, porém, analisando-se o preço médio ponderado pela comercialização da pluma (R$
101,06/@) e do milho (R$ 30,96/sc) e considerando o custo operacional efetivo de cada commodity, a fibra natural ainda é o mais viável em relação ao grão. "Por outro lado, alguns cenários tendem a ser mais vantajosos para o cereal. Por fim, apesar de estar valendo a pena economicamente cultivar a fibra, o produtor pode reduzir ainda mais a área de algodão devido ao encurtamento da janela de semeadura no Estado", conclui o relatório.
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