São Paulo, 01/02/2021 - A colheita da safra de soja 2020/21 continua atrasada no País, em decorrência do atraso no plantio e das chuvas na última quinzena de janeiro. Até quinta-feira (28), apenas 1,9% da área cultivada no País estava colhida, em comparação com 8,9% um ano atrás, mostra levantamento da AgRural, divulgado hoje. É o menor índice para o fim de janeiro desde 2010/11. Dos cerca de 2,5 milhões de toneladas colhidos, a maior parte é de Mato Grosso.
"A AgRural alertou já em outubro do ano passado que janeiro teria pouca soja nova entrando no mercado devido ao atraso no plantio da safra 2020/21", diz a consultoria em nota. "Na época, a estimativa era de pouco mais de 3 milhões de toneladas. Agora, com as chuvas contínuas na segunda metade de janeiro e o alongamento do ciclo de parte das lavouras, o total de fato colhido acabou sendo ainda menor do que o previsto três meses atrás."
Quanto à possibilidade de a chuva ter causado perda de qualidade dos grãos, a AgRural afirma que esse fenômeno existiu mas, por enquanto, só em "áreas pontuais". As chuvas, na verdade, foram mais benéficas do que prejudiciais para a soja do País, pois ajudaram as áreas em que os grãos estão em período de enchimento. Se o tempo seguir fechado, porém, "a colheita poderá sofrer atrasos ainda maiores em fevereiro, com aumento dos casos de perda de qualidade e, em situações mais extremas, redução de produtividade".
A mais recente estimativa da AgRural é que o Brasil produza 131,7 milhões de toneladas de soja em 2020/21. O número será revisado em fevereiro.
Milho - O levantamento da AgRural mostra, ainda, que a safrinha de milho 2021 estava com 1,5% da área prevista já plantada até quinta-feira (28). É o número mais baixo para essa época do ano desde 2013, em decorrência do atraso da safra de soja.
