Por Julliana Martins
São Paulo, 25/06/2020 - O presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), no sul de Minas, Carlos Augusto Melo, afirmou ontem que o setor cafeeiro foi privilegiado pelo fato de a pandemia ter vindo no período de entressafra brasileira. Com o início da colheita, entretanto, os efeitos do novo coronavírus impõem um cuidado maior pelos produtores, disse o executivo em live promovida pelo Itaú BBA.
A maior preocupação da cooperativa no momento é em relação à quantidade de mão-de-obra disponível para a colheita, uma vez que na região em que se localizam as suas cooperadas muitos produtores precisam trazer trabalhadores de fora durante a safra. "Fazendas que traziam 150 pessoas para a colheita neste ano estão trabalhando na faixa de 80 pessoas", disse Melo. Isso pode levar a uma perda de qualidade no café, segundo ele.
Na transmissão, o executivo afirmou que a Cooxupé, considerada a maior exportadora do setor no País, tem realizado um trabalho muito forte na orientação e acompanhamento dos produtores na área da saúde em virtude da pandemia.
Melo também comentou sobre a expectativa para o mercado consumidor, que ainda é muito incerta no momento. O que já se pode observar, segundo ele, é que o setor está tendo perdas nos cafés especiais por causa do fechamento de estabelecimentos do segmento do food service, como hotéis, bares e restaurantes. Além disso, há uma alteração nos hábitos de consumo de café ao longo da pandemia, com o aumento da compra do produto nos supermercados, em substituição aos de maior valor agregado.
Colheita - A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), no sul de Minas, considerada a maior exportadora do setor no mundo, informa que o trabalho de colheita dos cooperados avançou para 22,88% até sexta-feira da semana passada (19), em comparação com 16,90% na semana anterior, até o dia 12.
Por região de atuação, até 19 de junho, a colheita de cooperados da Cooxupé no sul de Minas estava mais adiantada, atingindo 30,07% (ante 22,01%), seguida de São Paulo, que passou de 19,54% para 22,68% no período. No cerrado mineiro, o índice era de 11,24% em comparação com 8,12% na semana encerrada em 12 de junho.
Em 2019, nesta mesma época do ano, o desempenho era de colheita de 43,48% do total (safra foi de bienalidade negativa). Em 2018, o índice era de 22,93%.
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