Por Vinicius Galera
São Paulo, 05/02/2024 - O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) reduziu em 1,11% a previsão para a área plantada com milho segunda safra no Estado ante o esperado em janeiro e em 7,31% em relação ao ciclo anterior 2022/23. Segundo o Imea, a área semeada em 2023/24 será de 6,94 milhões de hectares. A produção de milho está estimada em 43,28 milhões de toneladas, 1,09% abaixo da projeção feita em janeiro e 17,58% abaixo da safra passada. O Imea atribui a revisão aos preços do cereal, que não estão cobrindo os custos de produção. O nordeste do Estado, com menos 11,81%; oeste, com 8,99% menos; e norte, com 8,58% menos, são as regiões com previsão de queda mais acentuada.
Em relação à produtividade, o Imea cita fatores a serem considerados, como clima e tecnologia utilizada no campo, mas, com base na média dos últimos três anos, prevê rendimento de 103,86 sacas por hectare, 11,08% a menos que na safra 2022/23. Em relação à demanda, o Imea estima que serão consumidas 44,80 milhões de toneladas de milho, 0,74% abaixo do projetado em janeiro. O estoque final para a safra de milho 2023/24 está projetado em 179,58 mil toneladas, 42,59% a menos que o apontado em janeiro.
Algodão
A produção de algodão em caroço em Mato Grosso na safra 2023/24 deve ser de 5,83 milhões de toneladas, 3,79% maior que a do ciclo 2022/23, informou o Imea. A área destinada à cultura é estimada em 1,36 milhão de hectares, 0,86% maior que prevista no último levantamento, de janeiro, e 13,57% superior à da safra 2022/23. De acordo com o Imea, o incremento foi motivado principalmente pela perspectiva de redução do custo de produção. Além disso, fatores climáticos que comprometem a cultura da soja levaram produtores a converter área para o plantio de algodão.
O Imea estima uma produtividade média de 284,34 arrobas por hectare, 8,61% menor do que o observado na safra 2022/23, quando o clima foi mais favorável. "O real impacto do fenômeno El Niño no desenvolvimento do algodão durante a temporada ainda é um ponto de atenção", afirmou.
A previsão de exportação da safra 2023/24 é de 1,73 milhão de toneladas da fibra, 1,46% maior que a estimada para o ciclo 2022/23. A demanda foi estimada em 2,34 milhões de toneladas, 4,26% acima da safra 2022/23, que foi de 2,24 milhões de toneladas, alta de 52,54% ante o ciclo 2021/22, disse o Imea. O incremento se deve à expectativa de recuperação do consumo global pela fibra neste ano, que tende a impulsionar as exportações. Os estoques finais da fibra foram projetados em 435,20 mil toneladas, 26,96% a mais do que o registrado na safra 2021/22.
O aumento da produção neste ciclo somado aos estoques de passagem da safra 2022/23 levaram o Imea a projetar os estoques finais da safra 2023/24 em 521,93 mil toneladas.
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