São Paulo, 16/01/2019 - Os contratos futuros de grãos devem começar a sessão desta quarta-feira operando no campo positivo na Bolsa de Chicago (CBOT). O mercado continua sem direcionamento próprio e com ausência de sinais que impliquem precificação, em virtude da paralisação parcial do governo norte-americano. Após liquidação de posições na véspera, traders tendem a investir em compras de oportunidades nesta sessão. A oscilação do dólar ante moedas estrangeiras também pode influenciar o movimento das cotações na CBOT. No início da manhã, a moeda norte-americana operava em desvalorização em relação a uma cesta de moedas internacionais. Há pouco, a moeda virou a direção e opera com leve fortalecimento no exterior, o que torna commodities cotadas na divisa norte-americana menos atraentes para investidores estrangeiros.
O mercado da soja continua na expectativa de sinalizações a respeito da oferta e da demanda dos EUA. As possíveis compras chinesas de soja dos EUA ainda não foram confirmadas, em virtude da suspensão temporária da divulgação dos dados do Departamento de Agricultura do país (USDA). Ontem, a Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (Nopa, na sigla em inglês) informou que o esmagamento de soja somou 4,68 milhões de toneladas em dezembro no país - um recorde para o mês.
No milho, investidores devem acompanhar os dados da produção de etanol, a serem divulgados às 13h30 pela Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês). Os números de produção de etanol nos Estados Unidos são um importante indicador da demanda interna por milho. No país, o biocombustível é fabricado principalmente com o grão e a indústria local consome cerca de um terço da safra doméstica. Além disso, o desempenho do petróleo continua influenciando as cotações do cereal.
Já o trigo, sem novos sinais sobre a oferta de trigo da Rússia e sobre a demanda pelo cereal norte-americano, tende a manter o movimento do milho. Os dois grãos se movem na mesma direção porque são substitutos na ração animal.
No overnight, o vencimento março da soja subiu 5,25 cents (0,59%), a US$ 8,9850 por bushel. O milho para março ganhou 2,25 cents (0,61%), a US$ 3,7350 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo ganhou 3 cents (0,59%), a US$ 5,1400 por bushel. (Isadora Duarte, isadora.duarte@estadao.com, com informações da Dow Jones Newswires)
