Agronegócios
01/06/2021 09:51

MB Agro/Hausknecht: quebra nas safras do milho safrinha, café e cana pode afetar PIB Agro no 2ºSEM21


Por Julliana Martins

São Paulo, 01/06/2021 - O PIB da agropecuária no segundo semestre deste ano pode reverter a trajetória de crescimento e ser afetado pela quebra nas safras do milho safrinha, do café, laranja e cana-de-açúcar, cujas lavouras foram prejudicadas pela seca. A avaliação é do sócio diretor da consultoria MB Agro, José Carlos Vannini Hausknecht. Ao Broadcast Agro, ele salientou que o setor investiu muito este ano, em função da previsão de incremento de área plantada, além dos preços altos para a comercialização dessas commodities. Porém, as condições climáticas não têm ajudado.

"No café nós já sabíamos que não seria uma safra robusta como a do ano passado por causa da bienalidade negativa, mas, ainda assim, está abaixo do previsto para a safra", disse.

A estiagem também fez a consultoria revisar a projeção para o indicador no acumulado de 2021, comenta ele. Se antes a previsão era de alta de 3% ante 2020, agora é esperada estabilidade, com o primeiro semestre não sendo suficiente para compensar as perdas da segunda metade do ano.

Quanto ao desempenho do PIB da Agropecuária no primeiro trimestre de 2021, o executivo disse que o crescimento já era esperado e que alta semelhante deve ser observada no segundo trimestre. O PIB da agropecuária subiu 5,2% nos primeiros três meses do ano em comparação com igual período do ano passado, e teve alta de 5,7% na comparação com o quarto trimestre de 2020. O que puxou o indicador, conforme já apontado pelo IBGE, foi o bom desempenho da soja, apesar do atraso na colheita observado nos primeiros meses do ano.

"O grande diferencial em relação ao primeiro trimestre do ano passado foi a produção de soja no Rio Grande do Sul, que teve uma forte recuperação este ano. Vale lembrar que em 2020 tivemos uma forte seca no Sul do País, que atrapalhou os rendimentos da cultura", comenta Hausknecht. E acrescentou: "Já o setor da pecuária não tem influenciado de forma positiva por causa da redução no volume de abates e do atraso na recuperação das pastagens. Podemos até ver uma recuperação no segundo semestre, mas acredito que o ano vá fechar no zero a zero."

Contato: julliana.martins@estadao.com
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast Agro e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso