São Paulo, 06/07/2018 - Os contratos de soja, milho e trigo negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) devem abrir em queda nesta sexta-feira, pressionados pela entrada em vigor de tarifas de importação chinesas e revertendo a ligeira alta registrada durante o pregão overnight. Os contratos de soja e milho fecharam a negociação noturna levemente acima da estabilidade, sustentados por compras técnicas.
Os contratos de soja são os mais pressionados pela tarifa de importação de 25% imposta pela China, em retaliação ao plano comercial do presidente dos EUA, Donald Trump. Em contrapartida, os ativos podem encontrar alguma sustentação no desempenho das exportações. Há pouco, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou números positivos sobre as exportações de soja na semana encerrada em 28 de junho. Os embarques tiveram alta de 57% em relação à semana anterior e de 78% ante a média das quatro semanas anteriores, atingindo 561,6 mil toneladas.
Além disso, dados do Departamento do Comércio dos Estados Unidos mostram que as exportações de soja dos EUA aumentaram em quase US$ 2 bilhões em maio em relação a abril, respondendo por quase metade do aumento total das exportações durante o mês. O grande aumento ajudou a impulsionar as exportações totais de alimentos, rações e bebidas e as exportações globais de bens para recordes de alta.
Os contratos de milho fecharam praticamente estáveis (0,35%) no pregão overnight. Os embarques na semana encerrada em 28 de junho, em compensação, atingiram a marca de 440,7 mil toneladas e sofreram uma queda de 48% em relação à semana anterior e recuo de 37% a média das quatro semanas anteriores. Os contratos devem ser pressionados pelos dados de exportação e também acompanhar o movimento da soja.
Os contratos de trigo, por sua vez, encerraram o overnight em terreno ligeiramente negativo e deve abrir pressionado por um recuo de 21,8% nas exportações na comparação semanal.
No overnight, o vencimento agosto da soja avançou 1,00 cent (0,12%), a US$ 8,4025 por bushel. O milho para setembro subiu 1,25 cent (0,35%), a US$ 3,5350 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo ficou estável, a US$ 5,0550 por bushel. (Caio Rinaldi, com Dow Jones Newswires - caio.rinaldi@estadao.com)
