Agronegócios
17/05/2022 08:42

Boa Safra registra prejuízo líquido de R$ 7,0 milhões no 1TRI22, ante prejuízo de R$ 2,84 Mi no 1TRI21


Por Isadora Duarte

São Paulo, 17/05/2022 - A Boa Safra Sementes, uma das principais produtoras de sementes de soja do Brasil, com atuação em 11 Estados, registrou prejuízo líquido de R$ 7,001 milhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado negativo ficou 147% superior ao reportado em igual período do ano passado, de R$ 2,838 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ficou negativo em R$ 16,296 milhões ante resultado também negativo de R$ 145 mil reportado no primeiro trimestre do ano passado. Segundo a empresa, a queda é justificada, principalmente, pelo aumento dos custos dos produtos vendidos, por despesas de vendas e administrativas. A margem Ebitda recuou 20,8 pontos porcentuais na mesma base comparativa, de 1,08% negativa para 21,87% negativa.

Já a receita líquida da companhia cresceu 455% no período, de R$ 13,43 milhões no primeiro trimestre de 2021 para R$ 74,51 milhões no primeiro trimestre deste ano. A empresa atribui o crescimento à venda de estoques da safra passada e de grãos no trimestre.

A Boa Safra afirmou, em comunicado para investidores, que seus resultados trimestrais estão relacionados à sazonalidade da operação, ou seja, ao plantio e colheita de soja. Segundo a companhia, o primeiro trimestre é sazonalmente período de baixo faturamento e resultado, de grande volume de vendas, de custos e despesas elevados, início da formação de estoque, alta necessidade de capital de giro para compra de matéria-prima e de início da colheita e beneficiamento das sementes.

A alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) da Boa Safra ficou negativa em 2,35 vezes ao fim do primeiro trimestre deste ano, ante 1,5 vez positiva reportada no primeiro trimestre do ano passado. O Capex (investimento realizado no trimestre) da empresa foi de R$ 74,32 milhões - 187,5% mais que no primeiro trimestre do ano passado, de R$ 5,48 milhões. Segundo a empresa, o Capex foi puxado pelas linhas de obras em andamento e adiantamento de imobilizado - investimentos destinados, principalmente, às suas obras de expansão.

Desempenho operacional - A companhia informou também que no primeiro trimestre deste ano registrou avanço de 58,8% na carteira de pedidos. Segundo a sementeira, os pedidos firmados no período somaram R$ 742 milhões em contratos de venda a performar, ante R$ 467 milhões do primeiro trimestre do ano passado. A empresa disse, no comunicado, que o incremento no preço, a antecipação das negociações e o volume de pedidos a faturar contribuíram para essa variação. Da carteira total, 90% tratam-se de pedidos envolvendo semente com biotecnologia embarcada, segundo a empresa.

Até abril, a Boa Safra recebeu 203,02 mil toneladas de soja como matéria-prima que será beneficiada pela empresa e comercializada para a safra 2022/23. O volume é 22,3% maior que o obtido em igual período do ano anterior, de 166,72 mil toneladas. Segundo a Boa Safra, a colheita da soja nos campos de produtores integrados à companhia alcançou 80% ao fim de março e foi finalizada em abril deste ano, em área de 105 mil hectares na safra 2021/22 (aumento de 31,3% ante o ciclo passado).

No período, a companhia também concluiu a primeira linha de produção da planta de Jaborandi (BA). "O primeiro trimestre foi marcado pelo grande avanço no beneficiamento das sementes de soja, influenciado pelo adiantamento da colheita devido a melhores condições climáticas neste período, e pelo início das obras das novas expansões", disse a empresa no comunicado para investidores. Em abril, a companhia anunciou o início das obras de uma unidade de beneficiamento de sementes em Primavera do Leste (MT), com capacidade de produção e armazenagem de 20 mil big bags.

Contato: isadora.duarte@estadao.com
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