Por Isadora Duarte
São Paulo, 08/11/2021 - A fabricante de alimentos M.Dias Branco apresentou lucro líquido de R$ 196,6 milhões no terceiro trimestre deste ano. O resultado representa queda de 25,9% na comparação com igual período de 2020, quando a empresa reportou lucro líquido de R$ 265,4 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) atingiu R$ 286,6 milhões, recuo de 12,6% frente aos R$ 328 milhões do terceiro trimestre do ano passado. A margem Ebitda ficou em 13,1%, ante 16,2% de um ano antes, retração de 3,1 pontos porcentuais. A alavancagem da empresa (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou negativa em 0,1 vez, ante 0,2 vez positiva reportada em igual período do ano passado.
A receita líquida avançou 7,4% na mesma base comparativa, alcançando R$ 2,180 bilhões, ante R$ 2,029 bilhões do terceiro trimestre de 2020. A variação positiva da receita é atribuída pela companhia ao aumento de 32% do preço médio dos produtos na comparação anual do período, que compensou a queda de 18,3% no volume vendido. Por região, a maior alta na receita líquida foi observada pela empresa nas Regiões Norte e Nordeste, com incremento de 9,8% nas vendas líquidas, chamada pela companhia de região de defesa. A região de Ataque, formada pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, obteve alta de 4,6% na receita líquida na mesma base comparativa.
Do montante total da receita líquida, R$ 39,2 milhões vieram da receita com vendas externas - queda de 15,9% na comparação anual. "A retração frente ao terceiro trimestre de 2020 é reflexo de condições adversas, relacionadas aos fretes internacionais, escassez de contêineres e maiores custos", disse a empresa em comunicado para a imprensa e investidores.
O resultado da M. Dias Branco mostra uma tendência de recuperação da empresa iniciada a partir do fim do primeiro trimestre deste ano, especificamente a partir do mês de março, embora esteja em patamar inferior ao visto em 2020. A companhia, assim como outras empresas do setor de alimentos, teve o desempenho no ano passado impulsionado, em parte, pelo aumento na demanda doméstica por seus produtos, uma vez que as medidas de isolamento social resultaram no fechamento de food service e exigiram mais refeições em casa. Com a reabertura da economia e a interrupção do auxílio emergencial, contudo, o desempenho do setor se arrefeceu diante da retração no consumo de produtos derivados de farinha de trigo.
Em comunicado, a M. Dias aponta que seus resultados trimestrais foram afetados positivamente pela gestão de preços, diluição dos custos fixos e da iniciativa de produtividade e eficiência. Já os menores volumes vendidos e o impacto desfavorável do câmbio pesaram sobre a lucratividade da empresa.
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