Agronegócios
23/03/2022 08:32

Carnes/Seara: trabalhamos para suprir demanda por frango em países desabastecidos pela Ucrânia


Por Sandy Oliveira

São Paulo, 23/03/2022 - A JBS, por meio de sua marca Seara, está trabalhando para suprir a demanda dos mercados internacionais consumidores de carne de frango, principalmente Europa e Oriente Médio, que a Ucrânia deixou de atender desde o início da guerra com a Rússia, afirmou o CEO da Seara, Wesley Batista Filho. Em teleconferência para apresentação de resultados referentes ao quarto trimestre, realizada ontem (22), o executivo destacou a importância do país não apenas como produtor de grãos, mas também como importante exportador de proteína para essas regiões. “Esses mercados estão numa ruptura muito grande com a ausência da Ucrânia”, comentou.

Apesar do elevado custo com produção, a demanda pela proteína segue forte no mercado doméstico, assim como no externo, de acordo com o CEO. Para ele, os preços da carne de frango iniciaram o ano mais fragilizados, pressionados por custos, mas terminam o 1tri22 apresentando um desempenho positivo. “Com isso, nós temos uma boa perspectiva pela frente”, disse. O executivo destacou, ainda, que, com uma situação de renda no Brasil mais enfraquecida, a carne de frango se tornou uma proteína substituta, frente a carne bovina, com um preço melhor para os consumidores brasileiros.

Perspetiva - A perspectiva para o desempenho da Seara, marca da JBS, no primeiro trimestre de 2022, é bastante desafiadora, avaliou o CEO da Seara, Wesley Batista Filho. Segundo o executivo, o setor está se ressentindo dos altos custos dos grãos em razão da guerra na Ucrânia, que é um importante país exportador de milho, um dos ingredientes utilizados na ração animal. “Isso gera um impacto importante na inflação de custo na Seara”, comentou.

A perspectiva, segundo Wesley Filho, é de que essa pressão se estenda até a primeira metade de 2022, quando ocorre a colheita da safrinha de milho no Brasil. “Mas a perspectiva é de que, em um cenário global, o mercado fique pressionado. Além da inflação de custos, o dólar é mais fraco para as exportações, o que torna um cenário desafiador para (o desempenho da) Seara”, avaliou.

O executivo comentou que a empresa está trabalhando de forma eficiente para amenizar esses efeitos. Ele apontou, ainda, que o repasse de custos aos preços finais dos produtos é mais “devagar” no Brasil, em virtude da situação econômica do País, embora no mercado externo isso ocorra de maneira mais rápida. “Vemos uma pressão de custos mais forte no 1tri22, com uma perspectiva de melhora no 2tri22”, disse.

O CEO informou, ainda, que o negócio de suínos segue em um ambiente desafiador, se comparado com os anos anteriores, ao mesmo tempo em que a divisão de alimentos preparados tem apresentado desempenho positivo, o que está compensando a queda da rentabilidade no negócio de carne suína. “A questão dos grãos é um ponto importante do ponto de vista de rentabilidade, mas a perspectiva é de que seja mais sentido no curto prazo”, explicou.

De acordo com Wesley Batista Filho, a perspectiva é de que a safrinha de milho tenha uma produção superior em relação ao ano anterior, em um cenário climático de umidade, que beneficia as lavouras, assim como a safra da Argentina.

Contato: sandy.oliveira@estadao.com
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