Agronegócios
15/08/2018 14:46

Marfrig: Prioridade no curto prazo é concluir venda da Keystone para pagar dívidas


São Paulo, 15/08/2018 - A prioridade da Marfrig Global Foods, atualmente, é concluir a venda da subsidiária norte-americana Keystone para reduzir o endividamento da companhia, disse o presidente do Conselho de Administração da Marfrig, Marcos Molina, em teleconferência com analistas nesta quarta-feira. Mais cedo, o vice-presidente de Finanças da companhia, Eduardo Miron, já havia dito a jornalistas que os executivos estão nos Estados Unidos para finalizar a operação e a venda pode ser anunciada "a qualquer momento", no máximo nas próximas semanas.

Ao fim do segundo trimestre, em 30 de junho, a dívida bruta da companhia era de US$ 5,841 bilhões, 2% superior ao trimestre anterior, conforme balanço divulgado na noite de ontem. O saldo de caixa e aplicações foi de US$ 1,621 bilhão, uma queda de 16% em relação ao primeiro trimestre de 2018, "explicada pela liquidação do título de dívida (bond) com vencimento em 2018 e pela maior necessidade de capital de giro", justificou a Marfrig em comunicado. Por consequência, a dívida líquida da Marfrig encerrou o trimestre em US$ 4,220 bilhões (R$ 16,27 bilhões). O montante é 121,4% maior que o registrado três meses antes, de US$ 1,906 bilhão (R$ 6,334 bilhões).

Na passagem trimestral, a alavancagem calculada pela relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustada nos últimos 12 meses saiu de 3,67 vezes no primeiro trimestre para 4,2 vezes no trimestre encerrado em junho deste ano.

"Queremos pagar as dívidas, atingir um baixo patamar de endividamento e pagar o custo financeiro de algumas das nossas operações", afirma Molina. Uma das operações que aumentaram o endividamento neste ano foi a conclusão da compra de 51% da National Beef Packing Company. Ao fechar a aquisição, a Marfrig se tornou a segunda maior processadora de carne bovina do mundo em capacidade de produção.

Em seguida, a próxima prioridade da companhia listada por Molina é justamente melhorar a presença no mercado de bovinos por meio da National Beef. O CEO da Marfrig, Martin Secco, acrescenta que a empresa adquirida é estratégia para a acesso a mercados considerados importantes. "Estamos em negociação com a Coreia (do Sul) por meio do escritório da National Beef", cita o CEO.

"A carne bovina está mais competitiva nos Estados Unidos em relação a outras carnes. Isso nos beneficia naquela região", comenta Secco, quando questionado por analistas sobre o cenário norte-americano, considerando que o país vivencia taxações impostas pela China. (Nayara Figueiredo, nayara.figueiredo@estadao.com)
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