Por Augusto Decker
São Paulo, 10/08/2021 - A moagem de cana-de-açúcar continua em queda por causa do clima seco e das geadas recentes no País. Usinas e destilarias no Centro-Sul do Brasil processaram 46,690 milhões toneladas de cana na segunda quinzena de julho, queda de 8,16% em comparação com igual período de 2020, quando foram moídos 50,841 milhões de toneladas. Os dados fazem parte do levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), divulgado há pouco.
No Estado de São Paulo, o recuo foi de 11,14%, a 26,742 milhões de toneladas, enquanto os demais Estados do Centro-Sul tiveram queda de 3,85%, a 19,948 milhões de toneladas.
O diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, afirmou em nota que "tanto a produtividade da lavoura, quanto a qualidade da matéria-prima cultivada, sofreram com as geadas observadas nas últimas semanas na região Centro-Sul". A entidade estima que o efeito do clima, que fez várias usinas alterarem o cronograma de colheita, na produtividade de julho deve ser de mais de 5 toneladas por hectare. Além disso, Rodrigues afirma que a qualidade da cana processada no mês piorou. "Nas próximas quinzenas, teremos evidências mais claras sobre o impacto da geada na lavoura a ser colhida", afirma Rodrigues.
A qualidade da matéria-prima processada em todo o Centro-Sul na primeira quinzena de julho, medida a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), atingiu 146,86 kg por tonelada ante 148,15 kg/t verificados em igual quinzena da safra passada, queda de 0,87%.
Dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) para julho, que consideram uma amostra de 68 unidades, indicam queda anual de 17,9% no rendimento agrícola, de 89,8 toneladas por hectare para 73,7 toneladas por hectare. No acumulado da safra, o recuo é de 12,5%, para 75,7 t/ha.
A Unica informou que 255 empresas começaram a produzir até 1º de agosto, ante 264 unidades no mesmo período de 2020. "Para a próxima quinzena está previsto o início de safra de apenas uma unidade", diz comunicado da entidade.
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