Chicago, 03/04/2018 - Os futuros de grãos tendem começar o dia no campo positivo nesta terça-feira, na Bolsa de Chicago (CBOT), ainda atentos às intenções de plantio de soja e milho nos Estados Unidos abaixo das expectativas, conforme dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na semana passada. Entretanto, o conflito comercial entre os norte-americanos e a China, que já anunciou retaliações a 128 produtos dos EUA, pode limitar os ganhos da sessão. Investidores temem que os embarques de grãos ao país asiático sejam prejudicados.
A lista de produtos taxados pela China, em resposta a decisões anteriores do presidente americano, Donald Trump, não inclui a soja, mas traders continuam acreditando que o produto pode ser acrescentado mais adiante, o que acarretaria uma oferta excedente entre os exportadores dos EUA. Do outro lado, além do plantio menor nas lavouras dos EUA, o mercado continua observando as perdas da oleaginosa na Argentina por problemas climáticos, fatores que ajudam a sustentar os preços em Chicago.
O milho tende a ser um dos produtos mais afetados pelas retaliações chinesas pois navios americanos de etanol que seguiam para o país asiático já chegaram a ser bloqueados por causa do conflito. O biocombustível tem o cereal como matéria-prima e consome um terço da safra de milho dos EUA. Neste contexto, o grão pode flertar com a estabilidade durante o pregão e oscilar entre ganhos e perdas.
No trigo, as condições climáticas do sul das Grandes Planícies americanas continuam preocupando participantes, com a expansão da seca em parte de Oklahoma e Kansas. As áreas de trigo de inverno não devem ter precipitação significativa durante os próximos 10 dias, conforme o serviço meteorológico DTN.
No overnight, o vencimento maio da soja ganhou 7,75 cents (0,75%), a US$ 10,4325 por bushel. O milho para maio subiu 0,25 cents (0,06%), a US$ 3,8750 por bushel. Enquanto igual vencimento do trigo avançou 5,75 cents (1,29%), a US$ 4,52 por bushel. (Nayara Figueiredo, nayara.figueiredo@estadao.com - com informações da Dow Jones Newswires)
